terça-feira, 3 de junho de 2008

O PATO EVANGELISTA (Transcrito)

"Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor!" (Salmos 150: 6)

De: Walter Antunes
Assunto: O pato evangelista!
Para: Frank Medina

No ano de 1988 estava eu participando de uma cruzada evangelística com a Assembléia de Deus na cidade de Piracaia, São Paulo, igreja filiada ao ministério de São José dos Campos que é agregado ao Belém.
Bem, como estava hospedado na casa pastoral da igreja, o Pastor Benedito Pereira levou-me ao quintal no fundo do templo, onde um velho pato, nos dias de culto ou festa na igreja, unia-se aos irmãos andando entre eles fazendo o seu “quac-quac”.
Vendo o pato entre os irmãos no quintal da igreja, perguntei ao Pastor:
- O que este pato está fazendo aqui no fundo da igreja?
O Pastor deliciando-se com um pãozinho com carne moída, disse:
- Esse pato já ganhou mais almas do que muitos crentes!
Ri. O Pastor então disse com o tom sério: É verdade! Ele é foi um verdadeiro evangelista!
Curioso pedi que o Pastor me contasse a história do “pato evangelista”.
O Pastor, chamando um casal de irmãos já idade avançada, disse:
- Estes irmãos eram os donos do pato que eu comprei deles, e vou contar a história.
A esposa era uma beata católica que não faltava um único dia à missa de domingo pela manhã, mas o marido era um ateu convicto e não aceitava ir à igreja de maneira alguma. Ele questionava a existência de Deus e o poder dos ídolos, não cria em nada.
Todos os domingos, como era regra, a esposa pedia ao marido para matar uma galinha ou um pato para o almoço dominical, o que ele fazia prontamente.
Havia numa varanda rústica da casa, um cepo com dois pregos onde ele prendia a cabeça da desafortunada ave e cortava-lhe o pescoço com o machado.
Isto se repetia todos os domingos. A mulher sempre lhe convidava para ir à missa na igreja, mas ele não aceitava. Farto de dizer não à esposa, lhe fez uma aposta:
- O dia que você clamar ao seu santo de devoção para que salve a galinha ou o pato no momento que eu o for cortar a cabeça e o santo salvar o bichinho, então eu acreditarei nos seus santos e irei à sua igreja!
A esposa, cheia de esperança, todos os domingos clamava a um santo, mas as cabecinhas continuavam rolando, domingo após domingo, centenas de galinhas e patos perderam a cabeça naquele cepo apesar do pedido da mulher que aos poucos ia perdendo a sua fé em seus santos.
Um belo domingo, após voltar da missa, pediu que o marido matasse um pato ou uma galinha para o almoço, como era de costume. Como a lista de “santos” havia acabado, a esposa então disse:
- Jesus Cristo, salva o pato!
Quando o marido levantou o machado para cortar o pescoço do pato, o cachorro que assistia a cena latiu e ficando somente sobre as patas traseiras, com as patas dianteiras empurrou o marido que se desequilibrou e caiu, soltando o pato que não perdeu a oportunidade de sair para a rua desesperadamente fazendo seus “quacs-quacs”. Atrás do cachorro ia o marido, a mulher, e o pato parou na porta de uma padaria onde alguns homens bebiam, e vendo a cena passaram a perseguir o pato na ânsia de alcançar a ave fujona.
O pato parou em frente a um bar e também fez seus “quacs-quacs” e outros homens que estava no seu interior passaram a perseguir o pato.
Finalmente, exausto pela corrida, isto por volta das 10:30hs da manhã, o pato entrou na Assembléia de Deus, onde o Pastor Benedito Pereira estava no púlpito encerrando a escola dominical. O pato afoito passou pelo corredor central, subiu a escada lateral do púlpito e refugiou-se entre as pernas do Pastor.
A multidão que perseguia o pato fujão entrou lentamente na igreja tirando os seus chapeis em sinal de respeito e lentamente chegaram diante do púlpito.
O marido então disse:
- Seu Pastor, só quero o meu pato!
O Pastor pegou o pato que se refugiava entre suas pernas e o pos sobre a tribuna e perguntou ao homem:
- Quanto o senhor quer pelo pato?
- Ele não está à venda! Respondeu o marido.
O Pastor insistiu:
- Quanto o senhor quer pelo pato, pode dizer!
O marido, na ânsia de desestimular o Pastor a comprar o pato, disse:
- Duzentos Reais! ( Mas na moeda da época! )
O Pastor, sem pestanejar, abriu a carteira e deu os duzentos Reais ao homem que começou a rir.
- O senhor, seu Pastor, poderia comprar 10 patos por este valor!
Então o falou para o ex dono do pato:
- Esta noite tive um sonho, e no sonho a voz do Senhor me dizia: Uma criatura entrará na minha casa em busca de refugio e proteção, comprai-o pelo preço que lhe for pedido porque ele será meu até que esteja velho e expire.
O Pastor continuou:
- Então este pato viverá enquanto o Senhor lhe der vida!
O marido olhando atônito para a sua esposa disse:
- Mulher, o Jesus dos crentes salvou o pato! Esse Deus existe!
O marido, a mulher e mais 15 almas aceitaram Jesus naquela manhã.

Então, aproximando-me do pato, passei a mão sobre suas costas e disse:
- Bom menino, bom menino!
Ele simplesmente olhou-me fixamente nos olhos e fez:
- Quac!


Pr. Walter Antunes

Obs: Esta é uma história real que aconteceu na minha vida quando ainda dava os meus primeiros passos na fé. Quanto ao Pastor Benedito Pereira, depois da cruzada, nunca mais nos encontramos, mas o pato, com toda certeza, já deve ter terminado a sua missão neste mundo!

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