terça-feira, 17 de julho de 2018

CONSOLANDO OS ENLUTADOS - MORTE NA FAMÍLIA - COMO DAR A NOTÍCIA PARA ADULTOS E CRIANÇAS?




1. INTRODUÇÃO: Deus não projetou o ser humano para morrer. Taí a razão do porque ninguém, em sã consciência, aceita a morte com naturalidade. Nem mesmo a morte de alguém em estado terminal ou bastante idoso/a deixa de ser muito dolorosa. Isso porque a morte nos violenta, independentemente do tipo da natureza de sua ocorrência. Ela é um grande inimigo que nos persegue em nosso viver. O grande amor de Deus fez com que, pela sua graça, Jesus pudesse confrontar o pecado e a morte. O Apóstolo Paulo pergunta: “Onde está, ó morte, atua vitória? (I Cor. 15:55) – a resposta é dada em seguida: “Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo”. (1 Cor. 15:57) Para os crentes em Cristo Jesus, que vivem na perspectiva da fé, a morte é um grande paradoxo. Pois, se por um lado significa a separação temporária dos amigos e entes queridos, por outro, não deixa de ser uma promoção para estar eternamente ao lado de Cristo Jesus. Apesar da perspectiva de fé, a ausência de um ente querido, através da morte, deixa uma tremenda lacuna na vida daqueles que ficam. Esta lacuna só pode ser preenchida com a presença do nosso Consolador (Espírito Santo de Deus), que atua, dentre muitas maneiras, através da pessoas amigas, família e do fator tempo.


2. PERDAS ATÍPICAS:


 Por mais que pareça estranho este tópico, é bom salientar que, como diz o adágio popular: Um filho foi feito para sepultar os pais e nunca o pais para sepultarem os filhos. Pais (normais) que perderam um/a filho/a dizem que é uma dor quase insuportável, inexplicável, de difícil aceitação.

 Outra perda muito dolorosa é a perda de um cônjuge. Além do rompimento de laços, sonhos, projetos, história em comum, na morte de um cônjuge acontece o inverso do casamento. Biblicamente, no casamento marido e mulher se tornam uma só carne. Com o falecimento de um dos cônjuges é como se houvesse uma amputação. Geralmente a amputação é feita por um instrumento cortante. Isso quer dizer que o processo fere, sangra e causa muitas dores. Quem sofre a amputação tem de reaprender a viver sem a parte amputada. É um processo que exige paciência e determinação.

 Não podemos deixar de mencionar a perda de uma mãe ou de um pai para uma criança. É um momento muito difícil, desde o momento de comunicar o ocorrido, até o acompanhamento familiar, espiritual e, se for o caso, de um profissional (psicólogo/a), tendo em visto ao impacto causado na vida da criança. É normal um período de regressão de hábitos nas crianças, assim como a criança procurar chamar a atenção, chamando toda atenção para si e exigindo tudo que lhe der vontade. Cabe ao pai ou a mãe sobrevivente o equilíbrio e paciência para não deixar de dar atenção para a criança, nem de mimá-la de tal forma a prejudicar a sua formação.


3. O QUE É O LUTO: Luto é a tristeza oriunda das perdas. É um momento de avaliação daquilo que se perdeu; é o discernimento do vazio gerado pela perda de um ente querido; É o enterro do que deixou de existir. É a melancólica da descoberta de que algumas coisas não serão mais necessárias. No entanto, o luto é também a busca de nova esperança, busca de novos sonhos e planos para continuar a vida.


4. FASES DO LUTO: A Dra. Elizabeth Kübler-Ross,(Nascida em 1926 em Zurique (Suíça),Psiquiatra e pesquisadora que trabalhou muitos anos de sua vida com doentes terminais e listou os estágios da agonia) listou alguns estágios pelos quais o luto ocorre. Conhecê-los é muito importante, pois nos ajuda a identificarmos o estágio em que se encontra o visitado, dando o “tratamento” certo em cada situação.

A. CHOQUE: É o momento da notícia. A mente fica anestesiada, a garganta apertada. É o soco na boca do estômago. A seguir vem o choro incontido, o pranto catártico, o profundo grito de dor. Para alguns um momento de silencio mortal. O Entorpecimento é um anestésico natural. É uma reação do organismo. A pessoa se sente paralisada emocional e fisicamente. – NÃO PROIBAM AS PESSOAS DE CHORAREM, NEM DE EXTRAVASAREM SUAS DORES. – REMÉDIO, SÓ COM PRESCRIÇÃO MÉDICA E EM ÚLTIMO CASO. O MOMENTO NÃO É DE SERMÃO É DE ABRAÇO SILENCIOSO.


B. NEGAÇÃO: É a tentativa de reverter o irreversível. É a tentativa de dizer a si mesmo e ao mundo que nada aconteceu, que tudo não passou de um engano. No início é até natural, mas se não bem trabalhado, cria-se situações em que vemos muitos casos de Pais que mantém o quarto do filho intacto acreditando que ele um dia voltará, etc... HÁ UMA TRADIÇÃO AMERICANA E EUROPÉIA MUITO RICA EM MENSAGEM E SIGNIFICADO. O Sacerdote que dirige o ato fúnebre pede que familiares próximos lancem os primeiros punhados de terra sobre o féretro, no momento da devolução do corpo à terra. O ATO POR SI SÓ É UM MOMENTO DE REALIDADE, DE DESPEDIDO E DE UM ÚLTIMO ADEUS. Apesar de cruel, entende-se que isto significa uma autêntica ajuda ao coração consternado na superação da negação.

C. IRA: Passado os primeiros estágios, inicia-se a busca pelos culpados, as maquinações, as acusações, os processos judiciais. É um estágio de constante crise de raiva e indignação. ALGUMAS PERGUNTAS, AFIRMAÇÕES E SITUAÇÕES SÃO COMUNS NESTE ESTÁGIO:

 Onde Deus estava? – Marta: João 11:21 – Se o Senhor estivesse aqui o meu irmão não teria morrido!) O Salmo 23:4 nos diz que não estamos isento do vale da sombra da morte, mas o Senhor passa conosco este momento de dor.


 Eu poderia ter feito algo mais! Existem situações em que por mais que se faça tudo, a cobrança é inevitável. Portanto, deixar o coração ser tomado por rancores potencializa o sofrimento.

 Isto foi Injusto! Por que Ele/a? Por que eu? Por que agora? – É comum os que sofrem a perda de queridos questionarem a morte sob padrões humanos de justiça: Não é justo! Morrer tão jovem! Ou Ele era tão bom! Por que justamente Ele? Na verdade A MORTE NÃO É JUSTA, NEM INJUSTA. ELA SIMPLESMENTE É O QUE É. A VIDA NÃO É SEMPRE JUSTA, MAS É SEMPRE VIDA. UMA ETAPA DA VIDA TERMINOU PREMATURAMENTE, MAS TERMINOU.


 Jó expressou todo sentimento através de uma palavra de confiança: Nu saí do ventre de minha mãe, nu voltarei; O Senhor deu, o Senhor tomou; bendito seja o nome do Senhor. (Jó 1:21)


 CUIDADO: Estagnar neste estágio seria aceitar as frias algemas da mágoa e as cadeias tiranas do ressentimento para o resto da vida.

D. DEPRESSÃO:


Depressão é o sentimento universal do luto. É uma reação legítima da perda. Se bem trabalhada, ela representa um período de recomposição dos pensamentos que abruptamente entraram em desordem. É a tristeza para a vida. É tristeza com propósito. É o tempo de cura para a ferida que está fechando. É a lenta cicatrização da separação.

 Este Processo pode durar algumas semanas, mas se o processo estacionar você estará morrendo aos poucos.

 Chore o quanto quiser; Comente o quanto achar necessário. Verbalize a sua dor e a dor da alma vai se esvaindo.

 Não se isole. Peça ajuda sempre que precisar. As pessoas compreendem a sua dor.

 Evite, terminantemente, qualquer fuga. Você está susceptível aos vícios ou qualquer outro tipo de dependência.

 Cerque-se de vida. Animais domésticos, flores, plantas, crianças. Pequenas expressões de vida inspiram e ajudam a vencer o dia a dia.


E. ACEITAÇÃO:


 É a etapa em que alguém descobre que “É POSSÍVEL CONVIVER COM A PERDA. POSSO RETOMAR A VIDA.”


 É desmanchar o quarto daquele que se foi. É doar suas as roupas, se for o caso. SEM CONFLITO. SEM SE SENTIR INFIEL

F. REORIENTAÇÃO DA VIDA:


 É o retomar da vida, das atividades, dos ideais e dos projetos que ficaram paralisados com a morte do ente querido.


 Fica um vazio? SIM. Mas, o vazio não impede a continuidade.


 Esta fase tem seus cuidados, e pode haver recaídas.


 É normal que aconteça ciclos, alternância de sentimentos, mas com o tempo a tendência é a adaptação.


 Algumas datas festivas podem causar dores: (Dia das mães, Pais, Natal, ano novo, aniversário, etc...)


5. COMO DAR A NOTÍCIA PARA ADULTOS:


 Deve-se tomar cuidado com as pessoas com saúde frágil na hora de dar a notícia;


 Os adultos têm uma grande facilidade em perceber a notícia de morte somente pela chegada do anunciante, do telefonema fora de hora, do tratamento diferenciado de uma hora para outra, do calmante, etc... de forma que não se deve protelar a notícia, apesar do tato no anúncio.


 A notícia deve ser dada em um ambiente adequado e sem pressa, permitindo às pessoas o direito de extravasar suas emoções frente à má notícia.


 Um dos choque que a pessoa recebe na hora da má notícia e se deparar com a sua própria finitude.


 A morte deve ser declarada por uma pessoa investida da autoridade para fazê-lo – normalmente um médico, um sacerdote (Pastor, Padre, etc...), ou alguém da família.


 O apoio sobre quais providências tomar e muito importante.


6. COMO DAR A NOTÍCIA PARA CRIANÇAS:


 Fale face a face! Nunca dê notícia por telefone! Por mais que pareça uma observação desnecessária, temos visto esta prática acontecendo e deixando seqüelas terríveis no emocional das crianças.

 Com muita confiança e calma a criança deve ouvir a verdade. Assim como as crianças de hoje compreendem o mistério da vida, certamente compreenderão o mistério da morte. Numa linguagem infantil deve-se explicar que Deus precisou do papai, da mamãe ou do irmãozinho, junto a Ele. Deve-se explicar que todos nós um dia morreremos e estaremos com ele. Deve se esclarecer que este momento é estabelecido por Deus e que ninguém pode abreviar, nem atrasar o momento da partida.


 Evite falar desesperado;


 Evite detalhes mórbidos.


 Não é saudável privar a criança da cerimônia fúnebre, do choro e da despedida final. Não obstante deve-se lhe transmitir a segurança da companhia, do afeto e da presença.


 A psicóloga Diana Ducati, especialista em luto, explica que até os 3 anos a criança não tem bem estabelecida a noção de morte como algo irreversível, mas já é capaz de assimilar a ausência.


 É importante esclarecer todas as dúvidas sobre o tema à medida em que essas indagações forem surgindo.


 No caso de falecimento de algum membro da família é importante contar a verdade.


 Não esconda a situação da criança e conte a ela o que está acontecendo. Evite a negação do luto usando metáforas como: Ele foi para o céu, foi fazer uma viagem, está dormindo. A conseqüência destes atalhos são desastrosa para a criança.


 Se a criança for muito pequena para entender a situação, deixe-a com uma pessoa da família ou alguém de confiança, evitando assim colocá-la em companhia de pessoas muito abaladas com a morte.


 Se a criança já tiver capacidade de compreender e aceitar a morte (em geral 5 ou 6 anos), pergunte se ela quer se despedir do/a falecido/a e respeite a sua decisão.


 Caso a criança opte por participar dos funerais, converse com ela antes, descrevendo e explicando o que será vivenciado no local.

7. COMO LIDAR E FAZER VISITAS A ENLUTADOS:

CRIANÇAS:


Crianças em idade pré-escolar geralmente ainda não têm idéia de finitude e não entendem a morte como um fato irreversível. Ao receber a notícia de que o titio morreu, é possível que uma criança pergunte quando ele vai voltar. Se isso ocorrer, não se preocupe; diga-lhe que as pessoas que morrem não voltam. Ela poderá repetir as mesmas perguntas várias vezes até compreender e familiarizar-se com a perda. É importante explicar que seu vínculo com o falecido não terminou; apenas mudou.

Nessa fase, a criança costuma ser ainda auto-centrada, acreditando que tudo gira ao seu redor. Isso pode levá-la a sentir-se culpada, imaginando que, de alguma forma, os sentimentos negativos que possa ter tido com relação ao falecido tenha causado sua morte. Faça com que a criança tenha certeza de que nada do que ela possa ter feito ou pensado poderia provocar a morte daquele ente querido

A partir dos cinco anos, as crianças começam a compreender a morte como um fim, mas podem pensar que só ocorre com idosos ou acidentados.

Por volta dos 11 anos de idade, na pré-adolescência, a criança passa a entender a morte como parte da vida, que pode ocorrer em diferentes idades e vários motivos. Nessa fase de transição, aceitar perdas costuma ser difícil. É comum que ela queira isolar-se ou negar-se a falar sobre o assunto. Respeite sua vontade, deixando claro que você está por perto, disponível para confortá-la.


POSSÍVEIS REAÇÕES DA CRIANÇA À MORTE: 

Mesmo que não aparente, a criança pode estar sofrendo, expressando sua dor por meio de variações de comportamento, como:

- Comportamentos anti-sociais como isolamento ou agressividade excessiva;
- Atitudes de negação;
- Dores físicas;
- Medo de morrer;
- Depressão;
- Sentimento de abandono;
- Desmotivação;
- Falta ou excesso de apetite;
- Distúrbios no sono;
- Regressões (como chupar o dedo, chupetas, mamadeiras, ou molhar a cama).


COMO AJUDAR?


A criança precisa enlutar-se para poder lidar com a perda. Chore e deixe-a chorar com você. Não peça para que ela seja forte; encoraje-a expressar sentimentos de dor, raiva, tristeza.

Aceitar a morte é uma das lições mais importantes da vida; aprendam juntos, compartilhando o luto.

ADULTOS:


A. Manter contato com a pessoa, não apenas durante a crise inicial, mas especialmente no período da resolução do pesar.
B. Convidar para um almoço, café ou lanche em família.
C. Conversar com a pessoa na situação e no nível de compreensão ou sentimento em que ela se encontre, e não de acordo com aquilo que o orientador pensa ou sente.
D. Aceitar a pessoa na sua maneira de ser, pensar e sentir, mesmo que não esteja concordando com as premissas básicas da pessoa.
E. Encorajar a expressão dos sentimentos, esclarecendo-os para que a pessoa possa compreender melhor o sentimento produzido pela perda e pelo pesar.
F. Dar ênfase as opções, mostra alternativas para agir, se houver necessidade de ação.
G. Ajudar a pessoa a encarar a realidade da sua situação e refletir sobre o significado mais profundo das suas novas responsabilidade, dos novos relacionamentos, e dos novos problemas de ajustamento.
H. Conservar a pessoa em movimento ou atividades, porém não além da rapidez que ela possa alcançar.
I. Permitir que a pessoa seja dependente de orientador por algum tempo, enquanto está resolvendo o seu pesar.
J. Usar os recursos espirituais e religiosos.
K. Manter a pessoa em contato com a sua Igreja, ou comunidade.

Confortar é:


A. Empatizar com os que sofrem;
B. Levar uma palavra de esperança aos desesperados;
C. Dizer que vale a pena viver apesar das dificuldades existentes na vida;
D. Levar alguém a ter alegria de aceitar o que é e, se conformar, com o que tem;
E. Fazer uma vida feliz e ser feliz também;
F. Compartilhar o amor, a paz e realização que deus nos dá.
G. Excluir da nossa vida as palavras: Derrota e Desesperança!!!
H. Levar aos pés de Cristo, toda causa dos oprimidos, amargurados, desesperançados.
I. Compartilhar com alguém, que o sofrimento, as dificuldades da vida é um meio pelo qual crescemos em direção Deus, do próximo, e de nós mesmos.


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:


A. Bíblia Sagrada
B. Da morte e do morrer – Elizabete Kübler Ross
C. Quando passamos pelo vale do Luto – Marcos Kopesca Paraizo
D. National Cancer Institute - When people die - G Williams & J. Ross
E. del Giglio, A. A relação médico paciente sob uma perspectiva dialógica. Revista brasileira de Clínica e terapêutica.2002, 27;1: 6-8.
F. Fallowfield L, Jenkins V. Communicating sad, bad,
G. Manual Merk – Saúde para Família
H. Experiências Pessoais no Ministério Pastoral - Rev. Ednaldo Breves

sábado, 7 de julho de 2018

SÉRIE CURA INTERIOR - COMPLEXO DE INFERIORIDADE


INTRODUÇÃO:
·         Um complexo de inferioridade, nos campos da psicologia e da psicanálise, é um sentimento de que se é inferior a outrem, de alguma forma.
·         Tal sentimento pode emergir de uma inferioridade imaginada por parte da pessoa afligida.
·         É freqüentemente inconsciente, e pensa-se que leva os indivíduos atingidos à super-compensação, o que resulta em realizações espetaculares, comportamento anti-social, ou ambos.
·         Diferentemente de um sentimento normal de inferioridade, que pode atuar como um incentivo para o progresso pessoal, um complexo de inferioridade é um estágio avançado de desalento, freqüentemente resultando numa fuga das dificuldades.
·         Por que pessoas inteligentes, bonitas, criativas, bem articuladas fracassam?
·         Uma das causas é o complexo de inferioridade que elas nutrem dentro de si.
·         Segundo o cálculo do escritor Maxwell Maltz, 95% de todas as pessoas em nossa sociedade sentem-se inferiores.

Os trabalhos pioneiros neste campo foram realizados por Alfred Adler (1917), que usou o exemplo do complexo de Napoleão para ilustrar sua teoria. Alguns sociólogos propuseram que um complexo de inferioridade pode também existir num nível mais amplo, afetando culturas inteiras. Esta teoria controvertida, é conhecida como inferioridade cultural.

CAUSAS DO COMPLEXO DE INFERIORIDADE

Por nascimento – todo ser humano nasce com sentimentos de inferioridade porque quando de seu nascimento, é dependente do que para ele são super-humanos ao seu redor;
Atitudes dos pais – 1-comentários negativos e avaliações de comportamento que enfatizem erros e lapsos determinam a atitudes de crianças até os seis anos de idade; 2-comparação que os pais fazem dos seus filhos com outras pessoas, geralmente, enfatizando que seus filhos são errados, enquanto que os outros são certos em determinada coisa;
Defeitos físicos – tais como ser manco, características faciais desproporcionais, defeitos da fala e visão defeituosa causam reações emocionais e se conectam a experiências desagradáveis anteriores;
Limitações mentais – provoca sentimentos de inferioridade quando comparações desfavoráveis são feitas com as realizações superiores de outrem, e quando performance satisfatória é esperada, mesmo quando as instruções não possam ser compreendidas;
Preconceitos e desvantagens sociais – família, raça alegada, sexo, orientação sexual, status econômico e religião.

MANIFESTAÇÃO

Este sentimento pode se manifestar das seguintes formas:
RECUO – desistência de contatos sociais;
AGRESSÃO – busca excessiva de atenção, crítica alheia, obediência excessivamente obsequiosa e preocupação.

DEZENOVE SINTOMAS DE UMA AUTO IMAGEM NEGATIVA

Como vai sua auto imagem?
Como você se vê?
A nossa auto imagem são as lentes através das quais enxergamos tudo na vida.
Uma pessoa que tem uma visão de si mesma distorcida, embaçada, deformada, é a sim que ela vai ver a vida, as outras pessoas e o próprio Deus.
Para ajudar você fazer uma avaliação da sua auto imagem, vamos ver alguns sintomas de uma auto imagem negativa.

1- Atitude pessimista diante da vida. O pessimista sempre enxerga a vida com lentes embaçadas, por isso para ele o tempo sempre está nublado.

2- Retraimento por falta de confiança para apresentar-se socialmente. Na maioria das vezes esta pessoa busca o isolamento.

3- Excesso de preocupação quanto às opiniões alheias. O complexo de inferioridade faz a pessoa se preocupar exageradamente com o que os outros dizem ou vão dizer.

4- Demasiada preocupação quanto a aparência. A pessoa tem a tendência de achar que nunca está bom o suficiente.

5- Visão negativa das outras pessoas. Acha que todos são concorrentes, que precisam ser vencidos e não como amigos para compartilhar.

6- Senso de masculinidade ou feminilidade direcionados apenas para conquistas sexuais. São tentadas a usar o sexo como arma.

7- Insatisfação consigo mesma. Esforço para tornar-se alguém ou alguma coisa, em vez de relaxar e de ter prazer em ser o que se é.

8- Desprezo ao presente, focalizando maior sucessos passados ou sonhos futuros. A pessoa que despreza o presente, vive um vazio existencial que muitas vezes leva a depressão.

9- Incapacidade de ver o lado bom das pessoas. O complexado, é pessimista, e o pessimista sempre tem um visão acusatória ou crítica dos outros.

10- Dependência doentia. O auto-retrato distorcido leva a pessoa desenvolver relacionamentos de dependência.

11- Incapacidade para aceitar elogios. Por detrás de uma “falsa humildade”, quase sempre há uma pessoa insegura e complexada.

12- Não desenvolve hábitos de comportamento vitorioso. A pessoa sempre vê de forma antecipada a derrota, o insucesso, o fracasso.

13- Insegurança e medo de intimidade nos relacionamentos interpessoais. O isolamento é a conseqüência natural na vida da pessoa com uma auto-imagem negativa.

14- Dificuldade para aceitar o amor de outras pessoas. Aquele que não se ama, dificilmente aceitara com facilidade o amor dos outros. Sempre vai interpretar a aproximação como uma ameaça.

15- Apego aos bens materiais para se sentir segura. Pessoas com complexo de inferioridade, tem necessidade de estar sempre provando alguma coisa.

16- Usa sempre rótulos negativos em relação a si mesmo. “Nunca vou conseguir”. “Não nasci para isso.” “Já sabia que comigo não ía dar certo.” “Eu já me conformei, nem luto mais por isso.” Estas são algumas declarações das pessoas que te um auto retrato negativo.

17- Não tem opinião própria e quase sempre segue a multidão. São as pessoas que sempre dizem, “o que vocês fizerem está bom.”

18- Atitude e comportamento perfeccionista. Parece um paradoxo, mas por traz de uma pessoa perfeccionista, quase sempre tem alguém com “complexo de inferioridade”.

19- Hiper sensibilidade. Você já ouviu falar em pessoa “casquinha de ferida”? Assim é aquele que se sente sempre inferior por causa da sua auto imagem negativa.

LIDANDO COM O COMPLEXO DE INFERIORIDADE

"Forjai espadas das vossas enxadas, e lanças das vossas foices; diga o fraco: Eu sou forte". (Joel 3:10)

Pode-se seguir a seguinte estratégia para lidar com o complexo de inferioridade:

Consciência – trazer o complexo ao nível consciente;
Superar ou aceitar – superar a incapacidade ou aceitar as conseqüências.

- Valorize seus pontos fortes:
- Reconheça que você precisa melhorar em alguns aspectos: ninguém é perfeito. Portanto, busque sempre melhorar ou reconheça seus erros.
- Saiba que você é muito importante e tem muitas qualidades.
- Lembre-se que as pessoas são diferentes: suas qualidades podem não ser as mesmas da sua amiga, e isso não faz de você inferior.

Ajuda é essencial

Se você está se sentindo muito mal e não consegue melhorar, que tal buscar ajuda de pessoas que te amam?
Converse com sua família ou com uma psicóloga, eles vão tentar ao máximo te ajudar.

DICAS PARA VENCER O COMPLEXO DE INFERIORIDADE:

1. Viva consciente da sua identidade como filho de Deus. Você é príncipe porque o seu pai é o Rei da Glória (Rm 8:14;. Mt 6:9).

2. Não confunda amor próprio com atitude de superioridade, vontade própria obstinada ou orgulho (Mc 12:31).

3. Maximize o seu potencial (Mt 25:15).

4. Afirme para você mesmo eu fui criado à imagem e semelhança de Deus, tenho capacidade intelectual, liberdade para fazer escolhas, conhecimento do que é certo e errado. Eu tenho valor para Deus.

5. Feche os ouvidos do teu coração para as palavras negativas que visam destruir sua auto-imagem e estima.

6. Vença os pensamentos "de inferioridade" recitando textos das Escrituras (1Co 15:10; Fp 4:11-13; Sl 8:4,5; 91:11; Jr 29:11).

7. Nunca diga "não valho nada, sou um fracasso" porque isso não é verdade. Você nasceu com potencial para ser um vencedor.

8. Tenha alvos na vida e estabeleça metas para alcançá-los.

9. Seja uma pessoa que aceita desafios, que não tem medo de assumir riscos com responsabilidade.

10. Supere suas limitações com dedicação, esforço e determinação. Pense como o apóstolo Paulo: "Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece". (Fp 4:13)

11. Não meça o seu valor com base no que os outros pensam a seu respeito, mas naquilo que Deus fala a teu respeito. Se você quer medir o seu valor, faça uma auto avaliação usando como referência aquilo que diz as Escritura a seu respeito. "E uma voz dos céus disse: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo". (Mateus 3:17)

COMPLEXO DE SUPERIORIDADE

A pessoa portadora de um Complexo de Superioridade  está tentando compensar sensações de inferioridade que lhe são inerentes.

Este termo foi criado pelo psicólogo Alfred Adler, discípulo de Freud, que posteriormente rompe com o mestre, e idealizador da Psicologia Individual.

O sujeito que desenvolve este sentimento vê nos outros, julgados por ele como seus subordinados, traços de inferioridade que na verdade pertencem a ele, ou seja, trata-se de um jogo de projeções.
Assim, ele tende a marginalizá-los, da mesma forma como também se sente excluído, atribuindo-lhes as mesmas características que lhe são imputadas por outrem.

É muito comum estes indivíduos serem vistos como arrogantes e pretensiosos.

O ser com Complexo de Superioridade não consegue equilibrar em seu íntimo seu potencial e seus limites, considerando-se alguém com valia e aptidão superestimadas.
Suas perspectivas sobre si mesmo são extremamente elevadas e ele acredita ter um poder de realização muito maior do que realmente possui.
Normalmente ele apresenta uma vaidade incomum, que se reflete na sua própria maneira de se vestir, nas suas ações e atitudes, até mesmo no modo de falar, algumas vezes exagerado e presunçoso.
Tentando parecer melhor que todos, o sujeito se revela intolerante, sempre contradizendo o ponto de vista alheio e se esforçando para dominar os que ele julga lhe serem inferiores.

Sentindo-se essencialmente inferior, a pessoa tenta parecer superior mais para si mesma do que para os outros. Embora aparente superioridade, ela teme ser socialmente desprezada, sente-se insegura, tem uma baixa auto-estima, mesmo que todos esses sentimentos estejam ocultos no seu inconsciente, mas nem por isso menos intoleráveis para sua mente. É neste momento que o homem cria as famosas máscaras, tão presentes na rotina da nossa sociedade, para que se pareça melhor que os outros. Muitas vezes isolado do convívio social por alguma razão ou mergulhado em devaneios, o indivíduo pode recorrer a este Complexo como uma forma de sobreviver perante sua inadaptação à sociedade.

Assim, é inevitável – complexos de superioridade e inferioridade estão sempre muito próximos e podem tranqüilamente coexistir no mesmo sujeito, por toda a sua existência. Mas como identificar os que trazem em si estes complexos? Às vezes a forma agressiva e presunçosa da pessoa se comportar já indica a presença destes distúrbios, mas em outros casos a presença dos sinais mais freqüentes é tão sutil, que só em momentos extremos de estresse ou ansiedade ela irá revelar explicitamente a presença destes sintomas. Diante do olhar social estas pessoas são, em alguns casos, caridosas, voluntárias em trabalhos beneméritos, preocupadas com o bem do próximo e da comunidade, mas simultaneamente ocultam no seu âmago o sentimento de serem melhores e mais nobres que as outras.

No momento em que as personas desmoronam, o homem revela-se como realmente é, muitas vezes cobrando por suas ações de generosidade, desvalorizando o esforço de outrem. A pressão das suscetibilidades e melindres é muito forte, assim como é difícil conviver com as críticas, aprender a aceitá-las, digeri-las, e utilizá-las a nosso favor.

Muitas vezes o Complexo de Superioridade é ativado como um mecanismo de defesa, diante de qualquer ameaça ao nosso Ego. Lutar contra um sentimento inconsciente, que não conseguimos olhar de frente, o qual rejeitamos mesmo quando temos um vislumbre dele, é uma tarefa que exige muita firmeza e determinação. É necessário muito domínio de si mesmo para viver com os traços de personalidade opostos em perfeita harmonia e ir além, valorizando os atos dos que nos cercam, seja qual for o contexto.
Pr. Josué Gonçalves
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