quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

A BÍBLIA CORTADA AO MEIO


Um vendedor de Bíblias chegou à casa de um casal para oferecer sua mercadoria. O homem desprezou a oferta da Bíblia usando palavras duras de maldição.

"Pois bem ", disse o vendedor, " se o Sr. não quer comprar nada, então certamente me permitirá presentear sua esposa com um exemplar do Livro Sagrado ".

Com estas palavras ele estendeu um Novo Testamento à mulher e foi embora.

O homem, muito nervoso, pegou um machado e disse: "Durante todo o tempo em que estivemos casados, dividimos tudo; este livro também deve ser dividido".

Com estas palavras, ergueu o machado e cortou a Bíblia aberta no meio. Tomou sua metade e se afastou.

Passou um bom tempo. Certo dia o homem disse à sua esposa:

"Você me empresta a metade de seu Novo Testamento?"

"O que você quer com ela? "perguntou a mulher.

"Eu quero saber como continua a história ", disse o homem.

"Minha metade termina com uma história onde um jovem diz: "Eu me levantarei e irei à casa de meu pai e lhe direi... ", com estas palavras termina a minha metade. Agora eu gostaria de saber o que ele disse ao Pai e o que o Pai respondeu a seu filho ".

A esposa trouxe, então, a outra metade ao seu marido e este leu o final da história do filho pródigo. Ele foi vencido pelo amor de Deus, abandonou sua rebelião e inimizade e, também ele, como o filho pródigo, voltou para casa.

Immanuel Kant, o pensador mais inteligente do povo alemão: "A Bíblia é meu tesouro mais nobre, sem o qual eu seria um miserável".

Goethe, o maior poeta alemão: "A medida da vida e da força de um povo sempre será sua posição em relação à Bíblia ".

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

POR QUE COMEMORAMOS O NATAL?

TEXTO: Salmo 93

CÂNTICO: Jesus te entronizamos!

O Cristianismo tem uma mensagem a ser compartilhada, mensagem de Boas Novas para todos os povos (Lc 2.10).
Apesar da Teologia de Missões ser recente em sua formulação metodológica-sistemática, o ardor missionário já era presente nos primeiros passos da Igreja Cristã. A igreja cresceu porque investiu em missões. A inculturação, como prática missionária, nunca foi vista como uma paganização dos valores cristãos, mas como método de comunicação do evangelho. Isso foi praticado por Paulo (1 Co 9.19-23). Cristo havia confiado à igreja uma mensagem que precisava ser levada a todos os povos. Após a ressurreição, esta foi sua preocupação e comissionamento (cf. Mt.28. 19).
A mensagem missionária está estritamente relacionada com o indivíduo e com a sua cultura. Conhecer a cultura e se expressar na mesma produz pontes intermináveis que promovem a comunicação do evangelho.
O esforço missionário da Igreja até o quarto século foi conquistar o mundo para Cristo. Nessa prática estavam também sendo trabalhadas duas tarefas importantes: guerrear contra o paganismo e discipular os novos convertidos. A estratégia para isso foi substituir algumas comemorações pagãs, e, na mesma data, promover as Boas-Novas e o ministério de Cristo. Isso fica claro quando analisamos as festas do Natal e da Epifania.

A INTRODUÇÃO DO NATAL

A data do 25 do dezembro foi fixada pelos pagãos para celebrar o nascimento do sol Natalis solis invicti. Os pagãos só começaram a celebrar essa data no ano 274 d.C. Nesse período, a igreja estava passando pelos seus últimos e terríveis dias de perseguição. O paganismo estava ainda forte, e esta foi uma estratégia para apagar as raízes do Cristianismo e formar raízes religiosas nos pagãos. Em 336 d.C, 62 anos depois, a Igreja de Roma incluiu no calendário Filocaliano a celebração do Natal Cristão no dia 25 de dezembro. Como o Edito do Tolerância de Constantino em 313 d.C., que deu liberdade religiosa aos cristãos, abriu as portas para a evangelização, a Igreja procurou diversas estratégias, dentro de sua limitação, para colocar Jesus como o Soberano das Nações, o Deus encarnado.
Como a provocação de 274 d.C. deu certo para o lado dos pagãos, agora a igreja, gozando de liberdade, toma posse da data e proclama Jesus Cristo o Sol da Justiça, baseado em Malaquias 4.2. Na oratória de implantação do Evangelho, a frase era: “Vamos celebrar o Nascimento do nosso Rei no dia 25 de dezembro. O deus Sol está destronado”.
Além de ser uma afronta ao paganismo, foi uma estratégia para colocar Jesus no centro da vida social e derrubar os sentimentos religiosos antigos do novo convertido. Essa prática não significou uma paganização do Cristianismo como alguns desejam afirmar.

A ORIGEM DA EPIFANIA

Antes, porém de ser celebrado o 25 do dezembro como o dia do Natal, os cristãos do fim do segundo século, já celebravam a Epifania, festa realizada no dia 6 de janeiro. Já nessa época a estratégia era missionária e transcultural.
No Oriente, o dia 6 de janeiro estava ligado ao nascimento virginal de Aion/Dionísio (segundo Epifânio) e com diversas outras lendas de epifania nas quais os deuses se manifestavam aos seres humanos. Plínio discorre a respeito dos modos como Dionísio revelava a sua presença naquele dia, transformando água em fontes e fontes em vinho (Natural History).
Os cristãos, nessa época, perseguidos pelos romanos, tiveram a estratégia de celebrar, na mesma data, a epifania de Jesus (Manifestação de Jesus). Para confrontar os poderes das trevas, elegeram essa data como especial no calendário da Igreja. Nessa festa pregavam o nascimento virginal de Cristo, a visita dos magos a Jesus e seu milagre de transformar a água em vinho em Caná da Galiléia. Nessa celebração, segundo Jerônimo que morou 24 anos em Belém, o batismo era o conteúdo principal.
Muitos estudiosos vêem na Epifania uma cristianização da festa dos Tabernáculos. As duas celebrações incluíam a vigília durante a noite toda, a iluminação de círios e a procissão das luzes, as águas da vida, os ramos de palmeiras e alusões ao matrimônio. Essa prática de cristianizar festas judaicas, comuns em algumas seitas do passado, tem reaparecido na atualidade, em algumas igrejas evangélicas, com o intuito de enraizar suas práticas litúrgicas na Bíblia, principalmente no Antigo testamento, depreciando assim as festas cristãs.
O QUE É EPIFANIA?

A Epifania do Senhor (do grego: Ἐπιφάνεια, : "a aparição; um fenômeno miraculoso") é uma festa religiosa cristã que celebrava-se no dia 6 de janeiro, ou seja, doze dias após o Natal,
As antigas comemorações de Natal costumavam durar até 12 dias, pois este foi o tempo que levou para os três reis Magos chegarem até a cidade de Belém e entregarem os presentes (ouro, mirra e incenso) a Jesus. Atualmente, as pessoas costumam montar as árvores e outras decorações natalinas no começo de dezembro e desmontá-las até 12 dias após o Natal.
porém, a partir da reforma do calendário litúrgico em 1969 passou a ser comemorada 2 domingos após o Natal.
A Epifania representa a assunção humana de Jesus Cristo, quando o filho do Criador dá-se a conhecer ao Mundo. Na narração bíblica Jesus deu-se a conhecer a diferentes pessoas e em diferentes momentos, porém o mundo cristão celebra como epifanias três eventos: a Epifania propriamente dita perante os magos do oriente (como está relatado em Mateus 2, 1-12) e que é celebrada no dia 6 de Janeiro; a Epifania a João Batista no rio Jordão; e a Epifania a seus discípulos e início de sua vida pública com o milagre de Caná quando começa o seu ministério.
No sentido literário, a "epifania" é um momento privilegiado de revelação, quando acontece um evento ou incidente que "ilumina" a vida da personagem.

DEZEMBRO: INADEQUADO?

Hoje o Natal já não traz essa bagagem apologética e missionária da Igreja Antiga.
A festa na atualidade tem duas vertentes: uma mundana e outra cristã.
· O mundo celebra o Natal da glutonaria, da embriaguez, do comércio e, principalmente, colocou a figura do Papai Noel para substituir a figura do bebê e da manjedoura.
· A Igreja, por outro lado, celebra o Natal de Jesus. Corais se preparam para cantar a história de Jesus. As crianças treinam suas peças teatrais. O culto de Natal celebra a herança da vida abundante do Cristo. Os símbolos são muitos e difíceis de serem catalogados. Hoje o Natal é a celebração do nascimento do Menino Deus. É para nós uma data festiva e alegre, rica de símbolos e adereços. É uma oportunidade para presentear quem amamos e comemorar o aniversário de Jesus.
Alguns alegam que o mês de dezembro é muito inadequado para o nascimento do Jesus. Alguns estudos colocam o nascimento de Jesus nos meses do abril ou maio. Mas Leon L. Morris não vê dessa forma. Ele diz que os pastores que estavam no campo pastoreando seus rebanhos estavam cuidando deles para os sacrifícios do Templo. Os rebanhos deviam ser guardados somente no ermo, segundo as tradições rabínicas da Mishna e do Talmude. Uma regra rabínica estipulava que qualquer animal achado entre Jerusalém e um lugar perto de Belém deveria ser considerado uma vítima sacrificial. A mesma regra encontrada na Mishna fala de achar ofertas para a Páscoa dentro de trinta dias antes daquela festa, isto é, em fevereiro. Morris conclui dizendo: “Visto que os rebanhos podem, portanto, estar nos campos no inverno, a data tradicional para o nascimento de Jesus, 25 de dezembro, não está excluída” (Lucas. Introdução e comentário. Vida Nova).

SOBRE A TRADIÇAO DA ÁRVORE DE NATAL

Em quase todos os países do mundo, as pessoas montam árvores de Natal para decorar casas e outros ambientes. Em conjunto com as decorações natalinas, as árvores proporcionam um clima especial neste período.
Acredita-se que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, ele utilizou velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta.

OPORTUNIDADE MISSIONÁRIA

· O Natal do passado, além do significado litúrgico do nascimento de Jesus e da festa, tinha o significado de oposição à idolatria e o anúncio da nova vida em Cristo, o verdadeiro Sol da Justiça.
· Que possamos reler o Natal e redescobrir a grande oportunidade missionária que essa data nos favorece.
· Reunamos nossa família e celebremos o dia 25 do dezembro com entusiasmo e vida, aproveitando para pregar o Evangelho da Reconciliação.
· Celebremos o nascimento do Jesus com alegria e festa.
· Celebremos o nosso Sol da justica!
__________________________________________________________________________________________Texto publicado no AVANTE de dezembro de 2000, No Portugal Evangélico em 2003 e No Fé e Nexo em 2006. (Adaptado pelo Rev. Ednaldo Breves no Estudo Ministrado em 21 de dezembro de 2008, na Igreja Metodista do Bairro São Pedro - Barra Mansa - RJ)

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

O SUICÍDIO - UM MAL A SER LEVADO MAIS À SÉRIO

  • Cerca de 50% a 60% das pessoas que se suicidaram nunca consultaram um profissional de saúde mental
    Cerca de 50% a 60% das pessoas que se suicidaram nunca consultaram um profissional de saúde mental
Doenças mentais estão presentes em 90% dos casos de suicídio, segundo o estudo mais atual da OMS (Organização Mundial da Saúde), realizado em 2002. Já a ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) fala em quase 100% dos casos estarem relacionadas a doenças mentais. Entre essas doenças, os transtornos de humor - depressão e transtorno bipolar (alternância entre estado depressivo e de euforia) - lideram as mortes, com 35,8%. Entretanto, o preconceito e a dificuldade em falar no tema ainda são entraves para a prevenção.
"A depressão muda a visão de mundo, a pessoa deixa de acreditar na possibilidade de melhora, não vê luz no fim do túnel", explica Neury Botega, professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e autor de pesquisa que mostra que 17% da população já pensou em suicídio no Brasil. "Quando, além da depressão há o desespero, surge uma dor psíquica insuportável, vista como interminável. A ideia de suicídio, antes assustadora, pode passar a ser vista como uma saída para cessar a dor."
Cerca de 25% da população brasileira já teve um ou mais transtornos mentais ao longo da vida, diz a ABP. Já a OMS estima que 350 milhões de pessoas de todas as idades (4,7% da população mundial) sofrem de depressão em todo o mundo. Devido à alta abrangência da doença, a depressão é a doença mental mais associada ao suicídio, diz a ABP. "Infelizmente, há pessoas que ainda igualam a depressão – uma doença – às tristezas que podem surgir no dia a dia. São coisas completamente diferentes. Há sim um estigma, e o estigma dificulta a decisão de buscar ajuda", lembra Botega. Ainda de acordo com a ABP, cerca de 50% a 60% das pessoas que se suicidaram nunca consultaram um profissional de saúde mental.
Mas isso não quer dizer que todos os deprimidos vão cometer suicídio, enfatiza Alexandrina Meleiro, professora da USP (Universidade de São Paulo) e coordenadora da Comissão de Estudos e Prevenção de Suicídio da ABP. São necessários diversos fatores conjuntos para se chegar ao suicídio -- problemas financeiros, como a perda do emprego; problemas conjugais, como uma separação; dificuldades relacionadas à aceitação da orientação sexual pela pessoa e pela sociedade; no caso de adolescentes, o desarranjo familiar é decisivo, além do modo que a pessoa leva a vida (se leva tudo para o extremo, 8 ou 80), por exemplo.
Na entrega do Oscar deste ano, a documentarista Dana Perry ofereceu o prêmio ao filho que se suicidou aos 15 anos e tinha transtorno bipolar. "Nós precisamos falar em alto e bom tom sobre o suicídio", disse em seu discurso ao ganhar a estatueta por um documentário sobre atendimento telefônico de prevenção ao suicídio para veteranos de guerra e suas famílias. Logo após o discurso, o apresentador da cerimônia, Neil Patrick Harris, fez uma piada sobre o vestido de Dana, talvez por não saber o que dizer diante do tema. Na mesma cerimônia, o roteirista Graham Moore revelou que tentou se matar aos 16 anos e ofereceu o prêmio aos jovens que sentem que são diferentes e que não se encaixam. "Sim, você se encaixa. Continue diferente. E quando estiver aqui, passe a mensagem adiante".

Fator genético

Há também o fator genético: pessoas com pais que se suicidaram têm quatro vezes mais chances de desenvolver comportamento suicida, explica Alexandrina. Mas ela diz que se a pessoa se cuida, não passa grandes traumas ou estresses, é possível levar uma vida normal mesmo tendo pais que se mataram.
A professora diz que, em casos de suicídio, observa-se a redução da produção de serotonina, o que prejudica as sinapses entre neurônios, pois essa substância é um neurotransmissor que regula o humor. "Se estamos felizes, é sinal de que os neurônios estão funcionando convenientemente. Esse equilíbrio faz com que tenhamos vontade de fazer as coisas", explica. "Se por motivos externos ou biológicos a produção de neurotransmissores cai, os receptores não recebem a informação, e a pessoa fica desanimada, de mau humor, nem consegue realizar qualquer outra atividade com prazer."
Humberto Correa, vice-presidente da Associação Latinoamericana de Suicidologia, salienta: "tem o componente genético, tem a vulnerabilidade social, mas precisa ter um gatilho", diz. Segundo ele, os gatilhos para pessoas deprimidas podem ser uma situação estressante como separação conjugal, perda de trabalho, morte de pessoa próxima, entre outros.

Álcool e drogas são fatores de risco

No mundo, o abuso de álcool e drogas é responsável por 22,4% das mortes; transtornos de personalidade (como borderline, antissocial e psicopatia) ocorrem em 11,6% dos casos; esquizofrenia, em 10, 6%. "Se há uma combinação de dois fatores, como transtorno de humor e abuso de substâncias, o risco aumenta", diz Alexandrina.
O álcool e drogas são perigosos porque atuam como depressores do sistema nervoso, o que pode favorecer a tomada de atitude de tirar a própria vida. Por outro lado, pessoas deprimidas podem fazer uso dessas substâncias para tomar coragem de praticar o suicídio.
O psiquiatra Teng Cheng Tung, professor da USP, lembra que as chamadas drogas de abuso - o que inclui o álcool -  lesionam o cérebro, e isso pode fazem com que uma pessoa desenvolva algum problema psiquiátrico; além disso aqueles que já têm momentos depressivos e pensamentos suicidas podem ganhar a impulsividade ao consumir drogas. "As drogas aumentam a impulsividade, especialmente o álcool e a cocaína, que são usados para obter estados de euforia." O médico explica que a maior parte dos suicídios e tentativas de suicídio são atos impulsivos. No caso da maconha e outras drogas, Tung diz que o uso crônico também pode trazer impulsividade.

É preciso melhorar a formação de médicos

Se por um lado 800 mil pessoas morrem por ano em suicídios no mundo (0,01% da população mundial), a maioria dos casos pode ser prevenida com condições mínimas de oferta de ajuda voluntária ou profissional e com o tratamento das doenças mentais, dizem os especialistas. Tratar a doença psiquiátrica de base é essencial, diz Tung. "Pode ser só alcoolismo, alcoolismo associado à depressão, só depressão etc. A psicoterapia é fundamental, assim como a prevenção de curto prazo, que é o Centro de Valorização da Vida (CVV)." Para os médicos, os melhores resultados são obtidos com o uso de medicamentos combinados com psicoterapia.
O preconceito e o estigma são os maiores obstáculos à prevenção do suicídio. O tabu em torno do tema leva a diagnósticos subestimados e medo de abordagem do tema por pessoas próximas. "É preciso melhorar o diagnóstico psiquiátrico e também a formação dos médicos que não são psiquiatras. Muitas vezes, os pacientes se sentem mais à vontade para falar com outros profissionais da saúde", diz Tung. Segundo a ABP, 80% das pessoas que se suicidaram procuraram um médico não-psiquiatra um mês antes de morrer. 

Grupos mais vulneráveis

Além disso, é necessário dar maior atenção às pessoas que já tentaram o suicídio uma vez, pois a chance de voltar a tentá-lo é de 50%, alertam os médicos. "Para quem já tentou uma vez, procurar ajuda psiquiátrica e/ou psicológica [deve ser] o mais rápido possível", diz Correa. Uma crise suicida dura de minutos a horas e é muito importante socorrer a pessoa rapidamente.
Os chamados "sobreviventes do suicídio", ou seja, parentes e amigos de alguém que faleceu por essa causa, também devem receber tratamento e apoio. "Eles precisam trabalhar para no futuro não virem a repetir o comportamento em um momento de dificuldade", diz Alexandrina. Pessoas de 15 a 29 anos e acima de 70 anos também estão entre os casos de maior número de mortes. 
FONTE: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2015/12/08/o-preconceito-e-o-estigma-sao-os-maiores-obstaculos-a-prevencao-do-suicidio.htm

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

PALAVRA DE GRATIDÃO


Passada a correria da Auto-avaliação, Relatório das Ações Pastorais, Relatório de Discipulado, Concílio Local para escolha de Lista Tríplice, Concílio Local para Homologação do Relatório das Ações Pastorais, Concílio Distrital para escolha da Lista Tríplice, Reunião com a Delegação ao Concílio Regional, Reuniões Mensais junto à COREAM, representando nosso Distrito e, por fim, a participação no Concílio Regional, QUERO AGRADECER DE CORAÇÃO a todas as Igrejas do Distrito de Barra Mansa, com seus pastores/as, delegados/as leigos/as e membresia em geral, pela indicação de meu nome para a Lista Tríplice em 17 das 22 Igrejas do Distrito, bem como a manutenção de meu nome na Lista Tríplice Distrital!

Tudo transcorreu dentro do que penso ser a vontade soberana de Deus para minha vida!
Parabenizo aos Eleitos à Lista Tríplice Regional, e vamos continuar orando pelo Concílio Geral para que seja feita a vontade de Deus!

Parabenizo o nosso SD, Rev. Ananias Lúcio da Silva, eleito nosso representante Distrital na Delegação ao Concílio Geral, bem como ao Rev. Alcir e Clinger pela honrosa suplência ao Geral. Ao Rev. Alcir pela eleição para a Comissão Ministerial Regional, além da irmã Aparecida que continuará sendo voz profética junto à COREAM no biênio 2016/2017.

Volto minha atenção ao que mais amo ser e fazer: "Pastorear - orar, pregar, ensinar, visitar e aconselhar!"
A todos/as que me honraram, ou não, com seu voto nas eleições, agradeço, pois creio que o resultado final representa a vontade de Deus para minha vida!

Contem sempre com as minhas orações, minha amizade e posicionamento sincero!

Rev. Ednaldo Breves

domingo, 15 de novembro de 2015

DIA NACIONAL DE AÇÃO DE GRAÇAS

O Dia de Ação de Graças é comemorado na quarta Quinta-feira de Novembro. Nesta data, pessoas que reconhecem a bondade de Deus dão graças pelas dádivas alcançadas. As famílias se reúnem e comemoram com a ceia tradicional, após as orações e os cultos de gratidão à bondade de Deus.

Segundo a tradição, o primeiro Dia de Ação de Graças americano aconteceu em 1621. A festa foi feita junto aos integrantes da tribo Wampanoag, convidados dos colonos ingleses fundadores da colônia Plymouth, estado de Massachusetts.

Num gesto de delicadeza, os índios levaram comida aos ingleses. Só em 1789, por idéia do então presidente George Washington, a data se tornou feriado. Para aqueles que estão no caminho espiritual, o Dia de Ação de Graças anuncia formalmente a chegada do Natal e simboliza a gratidão que sentimos a medida em que nos aproximamos de Deus.

Da mesma forma que o dia de Ação de Graças precede o Natal, o coração, que é constantemente agradecido, é um precursor do glorioso nascimento interno da consciência Cristã que é a alegre realização da Presença Divina em toda a criação.

Oferendas internas, conscientes de agradecimento, abrem nossos olhos novamente para as incontáveis manifestações de Deus em nossa volta, emocionando-nos com uma capacidade nova de admirar e sentir júbilo na vida diária.

O Dia de Ação de Graças é o dia especialmente dedicado à gratidão. A rigor, todos os dias deveriam ser de ações de graças. Em todas as circunstâncias, em todos os momentos, deveríamos ser gratos a Deus. "Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus, em Cristo Jesus, para convosco". I Tessalonicenses 5.18.

Agradecer a Deus, entendendo que tudo lhe pertence e que providencia o melhor para nós, é sinal de amor e de obediência à Sua vontade.

No ano de 1909, Joaquim Nabuco, Embaixador do Brasil nos Estados Unidos, assistiu a um Culto de Ação de Graças. Ficou tão impressionado que declarou: "Quisera que toda a humanidade se unisse, num mesmo dia, para um universal agradecimento a Deus".

Em 1949, foi votada no Congresso Nacional e sancionada pelo Presidente Eurico Gaspar Dutra, a Lei no 781, que instituiu no Brasil o Dia Nacional de Ação de Graças.

ENCERRO COM UMA FRASE INTERESSANTE:

"Quem é grato pelo que já tem, recebe o que ainda não tem - Quem vive reclamando o que ainda não tem, acaba perdendo até o que já tem."

Sejamos Gratos a Deus!

Pr. Ednaldo Breves

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O QUE CELEBRAR EM 31 DE OUTUBRO? A Reforma Protestante ou o Halloween?


Qual destes eventos devem ser celebrado pelos cristãos? O que trás elementos da cultura e lendas celtas ou a que lembra a ação de Deus na história?

Dia 31 de outubro em diversas partes do mundo haverá duas celebrações bem diferentes entre si: Halloween e Reforma Protestante. Gostaria de aproveitar para fazer uma breve reflexão sobre estas duas elebrações, por duas razões que julgo muito importante.

A 1ª razão é o esquecimento ou completo desconhecimento por parte de muitos cristãos do que significou a Reforma Protestante e a 2ª razão é o aumento cada vez mais notório das celebrações vinculadas ao Halloween em nosso país.

HALLOWEEN: A celebração mais antiga do Halloween teve lugar entre os Celtas, que viveram a mais de dois mil anos na região onde hoje se encontram a Inglaterra, Irlanda, Escócia e noroeste da França. Os sacerdotes Celtas, chamados druidas, costumavam honrar Samhain, deus dos mortos, ao entardecer do dia 31 de outubro e no dia 1º de novembro. De acordo com a lenda Celta, Samhain controlava os espíritos dos mortos e tinha poder tanto para permitir que eles descansassem em paz como para fazê-los aterrorizar os vivos durante aquela noite.

No século XIX, imigrantes irlandeses levaram esta tradição para a América do Norte, onde ela gradualmente se tornou uma celebração nacional. Dentre alguns símbolos usados nesta tradição destaco o da abóbora recortada em forma de "careta", lenda que conta a história de um homem (Jack) a quem foi negada a entrada no céu, por sua maldade, e no inferno, por pregar peças no diabo. Condenado a perambular pela terra como espírito até o dia do juízo final, Jack colocou uma brasa brilhante num grande nabo oco, para iluminar-lhe o caminho através da noite. Este talismã (nabo que virou abóbora) simbolizava uma alma condenada.

Outros símbolos utilizados eram do gato preto (pessoas transformadas por magias), lua cheia (época de praticar rituais de ocultismo), morcego (por sua habilidade de perseguir sua presa no escuro, adquiriu a reputação de possuir forças ocultas), etc. Estes são alguns símbolos desta antiga lenda Celta que são utilizados até hoje nos festejos do Halloween.

REFORMA PROTESTANTE: Movimento religioso iniciado por um monge agostiniano chamado Martinho Lutero. Sua vida religiosa poderia ter sido igual à de tantos outros, não tivesse sido profundamente marcada pela leitura da Bíblia. O resultado disso é que em 1511, em visita à Roma, começou a achar que nada do que a Igreja e a tradição religiosa ofereciam como caminho para Deus era eficaz. As relíquias veneradas, os lugares sagrados ou as indulgências para diminuir a pena do purgatório pareceram-lhe tentativas fracassadas de alcançar paz interior e comunhão com Deus. Seus estudos da Bíblia tornaram-se uma obsessão em busca de respostas.

Foi então que encontrou a passagem de Romanos que incendiou sua alma: "O justo viverá pela fé". A distância entre a realidade da Igreja e os princípios bíblicos que descobrira revoltou-o a tal ponto que resolveu protestar publicamente contra os rumos que Roma vinha imprimindo à fé cristã. Em 31 de outubro de 1517, fixou 95 teses contra as indulgências na porta da igreja onde pastoreava (Witenberg). Suas teses foram rapidamente divulgadas por toda a Alemanha. Nelas, ele afirmava a nulidade das indulgências para perdoar pecados e livrar almas da condenação, contestava o poder da Igreja como mediadora entre os fiéis e Deus e assegurava que todo fiel arrependido era remido de seus pecados através da fé em Cristo. Este foi o início da Reforma Protestante.

O legado deixado por Lutero, de retorno às Escrituras, move as igrejas de tradição protestante até hoje.

Portanto, diante do exposto, convido-os a refletir:

Qual a celebração que deve ser lembrada por um cristão de tradição protestante? Ou, de forma mais específica, qual delas deve ser lembrada, por nós metodistas, por se aproximar de nossa teologia? A que trás elementos da cultura e lendas celtas ou a que lembra a ação de Deus na história levantando um homem para reformar a igreja?

Pense nisso, e ajude a esclarecer a importância da Reforma para o cristianismo.

FONTE: http://paulodiasnogueira.blogspot.com/2011/10/o-que-celebrar-na-proxima-segunda-feira.html

terça-feira, 20 de outubro de 2015

MISSIONÁRIA ROBERTA EDWARDS É ASSASSINADA NO HAITI


Uma missionária americana que se tornou uma mãe para crianças órfãs no Haiti, e ajudou a salvar dezenas de outras da fome, por meio de um programa de nutrição, foi violentamente morta a tiros no último sábado (10), enquanto um de seus filhos, que estava viajando com ela, foi sequestrado.

Roberta Edwards, de 55 anos, que era integrante da The Estes Church of Christ, em Henderson, Tennessee (EUA), foi baleada e uma criança de 4 anos de idade foi raptada, segundo a NBC News.

Em um comunicado divulgado pela igreja no último domingo (11), testemunhas relataram que “o carro de Roberta foi parado por um outro veículo, que intencionalmente bloqueou seu caminho. Pistoleiros armados saíram do veículo e dispararam contra o carro de Roberta, matando assim a missionária”.

A igreja disse que Roberta era administradora e “mãe” na Casa de Crianças Sonlight, em Porto Príncipe, onde dezenas de crianças receberam assistência social ao longo dos últimos anos. Ela também dirigiu um centro de nutrição que alimenta 160 crianças, com duas refeições por dia, cinco dias por semana, além de financiar os estudos delas. No dia de sua morte, ela estava prestando cuidados a 20 crianças em sua casa.

“Roberta era uma luz para a comunidade e dedicada a trazer esperança aos desesperados. Ela sabia que trabalhava em um ambiente perigoso, mas havia se comprometido a cuidar das crianças no Haiti, apesar desses riscos”, observou a igreja em sua declaração.

“Roberta recebeu sua recompensa por sua dedicação ao serviço do Senhor no Haiti. Ela fará falta no Haiti para seus filhos, para a comunidade e os amigos. Ela vai fazer falta aqui nos Estados Unidos como um encorajamento e inspiração para todos nós. A nossa intenção é honrar sua memória, continuando a batalha contra Satanás no Haiti e avançando na obra do Reino de Deus”, acrescentou.

O professor Bobbie Solley, amigo da missionária, esteve no Haiti em razão de um trabalho evangelístico quando Roberta foi assassinada.

“Ela era uma mulher fabulosa. Sua única preocupação era com as crianças do Haiti e os filhos que estavam sob os cuidados dela”, disse Solley ao ‘The Jackson Sun’.

Ele contou que foi acordado com a notícia do assassinato e que um dos três garotos que estavam viajando com ela estava desaparecido.

“Dois dos rapazes ficaram longe dos atiradores e correram para ajudar”, disse Solley. “Um menino de 4 anos de idade foi levado. Nós não ouvimos uma palavra sobre ele ainda”.

A porta-voz do Departamento de Estado Katy Bondy confirmou a morte de Roberta Edwards a emissora NBC News e afirmou que as autoridades norte-americanas estavam fornecendo assistência consular a família da missionária.

Fonte: The Christian Post

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

ORIGEM DO DIA DAS CRIANÇAS

O Dia das Crianças é uma data comemorada em diferentes países. De acordo com a história e o significado da comemoração, cada país escolhe uma determinada data e certos tipos de celebração para lembrar de seus menores. Ao mesmo tempo, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) convencionou o dia 20 de novembro para se comemorar o dia das crianças.

A escolha desta data se deu porque nesse mesmo dia, no ano de 1959, o UNICEF oficializou a Declaração dos Direitos da Criança. Nesse documento, se estabeleceu uma série de direitos válidos a todas as crianças do mundo como alimentação, amor e educação. No caso brasileiro, a tentativa de se padronizar uma data para as crianças aconteceu algumas décadas antes.

Em 1923, a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, sediou o 3º Congresso Sul-Americano da Criança. No ano seguinte, aproveitando a recente realização do evento, o deputado federal Galdino do Valle Filho elaborou o projeto de lei que estabelecia essa nova data comemorativa. No dia 5 de novembro de 1924, o decreto nº 4867, instituiu 12 de outubro como data oficial para comemoração do Dia das Crianças.

Entretanto, a data não se tornou uma unanimidade imediata. Somente em 1955, a data começou a ser celebrada a partir de uma campanha de marketing elaborada por uma indústria de brinquedos chamada Estrela. Primeiramente, Eber Alfred Goldberg, diretor comercial da empresa, lançou a chamada “Semana do Bebê Robusto”. O sucesso da campanha logo atraiu a atenção de outros empresários ligados à indústria de brinquedos.

Com isso, lançaram uma campanha publicitária promovendo a “Semana da Criança” com o objetivo de alavancar as vendas. Os bons resultados fizeram com que esse mesmo grupo de empresários revitalizassem a comemoração do “12 de outubro” criado pelo deputado Galdino. Dessa forma, o Dia das Crianças passou a incorporar o calendário de datas comemorativas do país.

Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola

sábado, 26 de setembro de 2015

ENVELHECIMENTO – Mitos e Possibilidades


ENVELHECIMENTO – Mitos e Possibilidades


 TEXTO BÍBLICO: “Ensina-me a contar os meus dias e quando eu envelhecer saberei como viver.” (Salmo 90:12)


INTRODUÇÃO:

- Então chega o dia em que a gente não se reconhece mais no espelho. Alguém nos chama de Vó ou Vô; A aposentadoria vem sem ser chamada.

- Como é que alguém sabe que entrou na Terceira Idade?

- Falta-nos a idéia do processo, a compreensão de que a vida e uma rota de passagem e que estamos sempre amadurecendo, passando, mudando... até a limitação das possibilidades físicas de acompanhar estes ritmos de mudança.

- De acordo com a ONU , cerca de um milhão de pessoas no mundo, completam 60 anos de idade, todos os meses, a partir do ano 2000.

- 62% da população idosa mundial são do sexo feminino; No Brasil 62,7%;

- Há uma previsão de que, no Brasil, em 20 anos, teremos mais de 30 milhões de pessoas com mais de 60 anos – seremos o 6º país no mundo com pessoas acima de 60 anos.

- Nem sempre a política pública tem acompanhado este quadro e com isso vemos pessoas sofrendo e com medo desta fase tão bonita e especial da vida.

- Sendo assim, é tarefa coletiva, também das Igrejas, desenvolver mecanismos sociais que garantam um envelhecimento com dignidade e participação.

DESENVOLVIMENTO: MITOS E VERDADES:

1. Só os países ricos tem população idosa? NÃO. No Brasil a melhoria das condições de vida e os avanços da medicina vêm aumentando a expectativa de vida.

2. Mulheres e Homens envelhecem da mesma maneira? NÃO. As mulheres vivem mais que os homens (uma média de 8 a 10 anos). Sendo assim, as mulheres vivenciam a velhice e seus limites e alegrias de modo mais intenso.

3. As pessoas idosas são frágeis? NÃO. A população idosa vem envelhecendo cada vez mais com boas condições físicas; é capaz de desenvolver tarefas do cotidiano e desempenhar papéis fundamentas na vida familiar e comunitária.

4. As pessoas idosas já deram a sua contribuição? NÃO. O trabalho da gente na terceira idade é cada vez mais fundamental para as famílias, sociedade e economias. As pessoas idosas tem assumido tarefas no setor informal, atendendo a demando e as necessidade de grupos sociais que tanto necessitam deste apoio.

5. As pessoas idosas são um peso econômico para as gerações mais novas? NÃO. A maioria das pessoas idosas trabalhou e continua trabalhando, dando significativa contribuição para suas famílias e sociedades.

CONCLUSÃO:

- Deus tem um amor especial por todos. Em particular ele se preocupa com os idosos.

- A Bíblia sempre valorizou a pessoa idosa , tem ordenanças severas para o cuidado com as viúvas e os órfãos e tem promessas para os que tratam seus pais com honra.

- Louvamos a Deus pelo progresso que temos conseguido em nosso país, como o ESTATUTO DO IDOSO, e pedimos a Deus que toda sociedade possa colaborar para que suas letras sejam vivas e funcionem.

- Que possamos fazer a nossa parte nos cuidando. Nos amando. Zelando da nossa saúde, da nossa alimentação, fazendo exames periódicos, caminhadas, para que, muitos mais que quantidade de dias de vida, possamos ter “qualidade de vida.”

- Que possamos buscar um bom relacionamento com Deus, fazendo parte de uma comunidade de fé, onde poderemos desenvolver todo o nosso potencial.

- Que possamos buscar um bom relacionamento familiar, dialogando, amando, perdoando, enfim, cultivando os laços de família, tão importante, para a sobrevivência de nossa sociedade.

- Que não tenhamos medo de envelhecer. Que o envelhecimento não represente um castigo, mas um prêmio. A alegria de ver a família realizada, ver os filhos dos filhos; A consciência de termos combatido o bom combate, mas que continuaremos firmes sempre de prontidão para o servir.

- Grandes homens na Bíblia e na História, impactaram o mundo, vivendo na “melhor idade.” Ex. Moisés, quando libertou o povo hebreu do Egito, tinha mais de 80 anos.

- Que jamais desistamos dos nossos sonhos e projetos. A Bíblia diz: “Agrada-te do Senhor e Ele satisfará aos desejos do teu coração.” (salmo 37:4) Esta promessa não tem limitador de idades. EX: Simeão e Ana (84 anos) – tinham um sonho de ver Jesus. Não ficaram frustrados. (Lucas 2: 22 a 38)

PARA PENSAR:

- A velhice desvalorizada implica não só em isolamento do idoso, mas na transformação da relação familiar. Não havendo mais quem traga a lembrança acontecimento do passado que vão lançar luz no futuro. Assim sendo, perderemos a capacidade de aprendermos com os erros e acertos do passado.

- Quem nos trará a lembrança de como o bairro era antes e depois das construções?

- Quem nos trará a lembrança a história do primeiro tijolo da Escola e da Igreja construída?

- O que possibilita a projeção para o futuro não é o presente. É a compreensão do passado que instrui os atos do presente e abre o futuro como possibilidade.

FONTE:

- Recriar – Coordenação Nacional de Ação Docente da Igreja Metodista – 2001.
- Bíblia Sagrada;
- Experiências ministeriais do Rev. Ednaldo Breves

VELHOS OU IDOSOS?


Você se considera uma pessoa idosa, ou velha?  

E você que é jovem, como deseja chegar lá? 

Acha que é a mesma coisa? 

Pois então ouça o depoimento de um idoso de oitenta anos:  

Idosa é uma pessoa que tem muita idade.
Velha é a pessoa que perdeu a jovialidade. 

 Você é idoso quando sonha.  
 É velho quando apenas dorme. 

 Você é idoso quando ainda aprende. 
 É velho quando já nem ensina. 

Você é idoso quando pratica esportes, ou de alguma outra forma se exercita.  
 É velho quando apenas descansa. 

Você é idoso quando seu calendário tem amanhãs.  
 É velho quando seu calendário só tem "ontens". 

O idoso é aquela pessoa que tem tido a felicidade de viver uma longa vida produtiva, de ter adquirido uma grande experiência. Ele é uma ponte entre o passado e o presente, como o jovem é uma ponte entre o presente e o futuro.  E é no presente que os dois se encontram. 

Velho é aquele que tem carregado o peso dos anos, que em vez de transmitir experiência às gerações vindouras, transmite pessimismo e desilusão.  Para ele, não existe ponte entre o passado e o presente, existe um fosso que o separa do presente pelo apego ao passado.  

O idoso se renova a cada dia que começa;
O velho se acaba a cada noite que termina.  

O idoso tem seus olhos postos no horizonte de onde o sol desponta e a esperança se ilumina. 
O velho tem sua miopia voltada para os tempos que passaram. 

O idoso tem planos. 
O velho tem saudades.  

O idoso curte o que resta da vida. 
O velho sofre o que o aproxima da morte.  

O idoso se moderniza, dialoga com a juventude, procura compreender os novos tempos.  
O velho se emperra no seu tempo, se fecha em sua ostra e recusa a modernidade. 

O idoso leva uma vida ativa, plena de projetos e de esperanças.  Para ele o tempo passa rápido, mas a velhice nunca chega. 
O velho cochila no vazio de sua vida e suas horas se arrastam destituídas de sentido.  

As rugas do idoso são bonitas porque foram marcadas pelo sorriso.  
As rugas do velho são feias porque foram vincadas pela  amargura. 

Em resumo, idoso e velho, são duas pessoas que até podem ter a mesma idade no cartório, mas têm idade bem diferente no coração. 

Se você é idoso, guarde a esperança de nunca ficar velho.  

Autor desconhecido

domingo, 20 de setembro de 2015

ROBERT RAIKES E A ESCOLA DOMINICAL

Robert Raikes (1735-1811)

“A minúscula semente de mostarda que se transformou numa grande árvore”
Por Ruth Doris Lemos

Certo dia, procurando um jardineiro no bairro de Sooty Alley, ele encontrou um grupo de meninos maltrapilhos, brincando na rua. A esposa do jardineiro disse que, aos domingos, a situação era pior, pois as crianças que trabalhavam nas fábricas, de segunda a sábado, ficavam desocupadas, quase abandonadas aos domingos, passando o tempo brincando, brigando e aprendendo toda espécie de vícios.
Sentado a sua mesa de trabalho num domingo em outubro de 1780 o dedicado jornalista, Robert Raikes procurava concentrar-se sobre o editorial que escrevia para o jornal de Gloucester, de propriedade de seu pai. Foi difícil para ele fixar a sua atenção sobre o que estava escrevendo pois os gritos e palavrões das crianças que brincavam na rua, debaixo da sua janela, interrompiam constantemente os seus pensamentos. Quando as brigas tornaram-se acaloradas e as ameaças agressivas, Raikes julgou ser necessário ir à janela e protestar do comportamento das crianças. Todos se acalmaram por poucos minutos, mas logo voltaram às suas brigas e gritos.

Robert Raikes contemplou o quadro em sua frente; enquanto escrevia mais um editorial pedindo reforma no sistema carcerário. Ele conclamava as autoridades sobre a necessidade de recuperar os encarcerados, reabilitando-os através de estudo, cursos, aulas e algo útil enquanto cumpriam suas penas, para que ao saírem da prisão pudessem achar empregos honestos e tornarem-se cidadãos de valor na comunidade. Levantando seus olhos por um momento, começou a pensar sobre o destino das crianças de rua; pequeninos sendo criados sem qualquer estudo que pudesse lhes dar um futuro diferente daquele dos seus pais. Se continuassem dessa maneira, muitos certamente entrariam no caminho do vício, da violência e do crime.

A cidade de Gloucester, no Centro-Oeste da Inglaterra, era um polo industrial com grandes fábricas de têxteis. Raikes sabia que as crianças trabalhavam nas fábricas ao lado dos seus pais, de sol a sol, seis dias por semana. Enquanto os pais descansavam no domingo, do trabalho árduo da semana, as crianças ficavam abandonadas nas ruas buscando seus próprios interesses. Tomavam conta das ruas e praças, brincando, brigando, perturbando o silêncio do sagrado domingo com seu barulho. Naquele tempo não havia escolas públicas na Inglaterra, apenas escolas particulares, privilégio das classes mais abastadas que podiam pagar os custos altos. Assim, as crianças pobres ficaram sem estudar; trabalhando todos os dias nas fábricas, menos aos domingos.

Raikes sentiu-se atribulado no seu espírito ao ver tantas crianças desafortunadas crescendo desta maneira; sem dúvida, ao atingir a maioridade, muitas delas cairiam no mundo do crime. O que ele poderia fazer?

Por um futuro melhor

Sentado a sua mesa, e meditando sobre esta situação, um plano nasceu na sua mente. Ele resolveu fazer algo para as crianças pobres, que pudesse mudar seu viver, e garantir-lhes um futuro melhor! Pondo ao lado seu editorial sobre reformas nas prisões, ele começou a escrever sobre as crianças pobres que trabalhavam nas fábricas, sem oportunidade para estudar e se preparar para uma vida melhor. Quanto mais ele escrevia, mais sentia-se empolgado com seu plano de ajudar as crianças. Ele resolveu neste primeiro editorial somente chamar atenção à condição deplorável dos pequeninos, e no próximo ele apresentaria uma solução que estava tomando forma na sua mente.

Quando leram seu editorial, houve alguns que sentiram pena das crianças, outros que acharam que o jornal deveria se preocupar com assuntos mais importantes do que crianças, sobretudo, filhos dos operários pobres! Mas Robert Raikes tinha um sonho, e este estava enchendo seu coração e seus pensamentos cada vez mais! No próximo editorial, expôs seu plano de começar aulas de alfabetização, linguagem, gramática, matemática, e religião para as crianças, durante algumas horas de domingo. Fez um apelo através do jornal, para mulheres com preparo intelectual e dispostas a ajudar-lhes neste projeto, dando aulas nos seus lares. Dias depois um sacerdote anglicano indicou professoras da sua paróquia para o trabalho.

O entusiasmo das crianças era comovente e contagiante. Algumas não aceitaram trocar a sua liberdade de domingo, por ficar sentadas na sala de aula, mas eventualmente todos estavam aprendendo a ler, escrever e fazer as somas de aritmética. As histórias e lições bíblicas eram os momentos mais esperados e gostosos de todo o currículo. Em pouco tempo, as crianças aprenderam não somente da Bíblia, mas lições de moral, ética, e educação religiosa. Era uma verdadeira educação cristã.

Robert Raikes, este grande homem de visão humanitária, não somente fazia campanhas através de seu jornal para angariar doações de material escolar, mas também agasalhos, roupas, sapatos para as crianças pobres, bem como mantimentos para preparar-lhes um bom almoço aos domingos. Ele foi visto freqüentemente acompanhado de seu fiel servo, andando sob a neve, com sua lanterna nas noites frias de inverno. Raikes fazia isto nos redutos mais pobres da cidade para levar agasalho e alimento para crianças de rua que morreriam de frio se ninguém cuidasse delas; conduzindo-as para sua casa, até encontrar um lar para elas.

As crianças se reuniam nas praças, ruas e em casas particulares. Robert Raikes pagava um pequeno salário às professoras que necessitavam, outras pagavam suas despesas do seu próprio bolso. Havia, também, algumas pessoas altruistas da cidade, que contribuíam para este nobre esforço.
Movimento mundial

No começo Raikes encontrou resistência ao seu trabalho, entre aqueles que ele menos esperava – os líderes das igrejas. Achavam que ele estava profanando o domingo sagrado, e profanando as suas igrejas com as crianças ainda não comportadas. Havia nestas aturas, algumas igrejas que estavam abrindo as suas portas para classes bíblicas dominicais, vendo o efeito salutar que estas tinham sobre as crianças e jovens da cidade. Grandes homens da igreja, tais como João Wesley, o fundador do metodismo, logo ingressaram entusiasticamente na obra de Raikes, julgando-a ser um dos trabalhos mais eficientes para o ensino da Bíblia.

As classes bíblicas começaram a se propagar rapidamente por cidades vizinhas e, finalmente, para todo o país. Quatro anos após a fundação, a Escola Dominical já tinha mais de 250 mil alunos, e quando Robert Raikes faleceu em 1811, já havia na Escola Dominical 400 mil alunos matriculados.

A primeira Associação da Escola Dominical foi fundada na Inglaterra em 1785, e no mesmo ano, a União das Escolas Dominicais foi fundada nos Estados Unidos. Embora o trabalho tivesse começado em 1780, a organização da Escola Dominical em caráter permanente, data de 1782. No dia 3 de novembro de 1783 é celebrada a data de fundação da Escola Dominical. Entre as igrejas protestantes, a Metodista se destaca como a pioneira da obra de educação religiosa. Em grande parte, esta visão se deve ao seu dinâmico fundador João Wesley, que viu o potencial espiritual da Escola Dominical, e logo a incorporou ao grande movimento sob sua liderança.

A Escola Bíblica Dominical surgiu no Brasil em 1855, em Petrópolis (RJ). O jovem casal de missionários escoceses, Robert e Sarah Kalley, chegou ao Brasil naquele ano, e logo instalou uma escola para ensinar a Bíblia para as crianças e jovens daquela região. A primeira aula foi realizada no domingo, 19 de agosto de 1855. Somente cinco participaram, mas Sarah, contente com “pequenos começos” contou a história de Jonas, mais com gestos, do que palavras, porque estava só começando a aprender o português. Mas, ela viu tantas crianças pelas ruas, e seu coração almejava ganhá-las para Jesus. A semente do Evangelho foi plantada em solo fértil.

Com o passar do tempo aumentou tanto o número de pessoas estudando a Bíblia, que o missionário Kalley iniciou aulas para jovens e adultos. Vendo o crescimento, os Kalleys resolveram mudar para o Rio de Janeiro, para dar uma continuidade melhor ao trabalho e aumentar o alcance do mesmo. Este humilde começo de aulas bíblicas dominicais deu início à Igreja Evangélica Congregacional no Brasil.

No mundo, há muitas coisas que pessoas sinceras e humanitárias fazem, sem pensar ou imaginar a extensão de influência que seus atos podem ter. Certamente, Robert Raikes nunca imaginou que as simples aulas que ele começou entre crianças pobres, analfabetas da sua cidade, no interior da Inglaterra, iriam crescer para ser um grande movimento mundial. Hoje, a Escola Dominical conta com mais de 60 milhões de alunos matriculados, em mais de 500 mil igrejas protestantes no mundo. É a minúscula semente de mostarda plantada e regada, que cresceu para ser uma grande árvore cujos galhos estendem-se ao redor do globo.

Ruth Dorris Lemos é missionária norte-americana em atividade no Brasil, jornalista, professora de Teologia e uma das fundadoras do Instituto Bíblico da Assembléia de Deus (IBAD), em Pindamonhangaba (SP)

Fotos

Crédito: Igreja Evangélica Fluminense

Legenda: Os missionários Robert e Sarah Kalley, instrumentos usados por Deus para fundar a Escola Dominical no Brasil

Crédito: Gernheim/Igreja Evangélica Fluminense
Legenda: Residência do casal Kalley, em Petrópolis, onde funcionou a primeira aula de Escola Dominical.

sábado, 19 de setembro de 2015

A ORIGEM DA ESCOLA DOMINICAL NO BRASIL


ESBOÇO HISTÓRICO

“Eu tenho a certeza que as escolas dominicais são, atualmente, a melhor instituição prática para controlar esses elementos indisciplinados e violentos da sociedade e providenciar-lhes uma educação básica.” - Robert Raikes em audiência com a Rainha Carlota da Inglaterra.[1]

INTRODUÇÃO

Quando comemoramos o dia da Escola Dominical (3° domingo de setembro), normalmente nos lembramos do seu fundador, Sr. Robert Raikes (1736-1811), um jornalista que no ano de 1780, em Gloucester, na Inglaterra, iniciou um trabalho de educação cristã ministrada à crianças que não freqüentavam escola. A este homem sem dúvida alguma, devemos o início sistemático desta escola tão singular,[2] que se espalhou rapidamente por toda a Inglaterra, tendo oposição, todavia, contando também com o entusiasmo e apoio de inumeráveis pessoas, tais como, John Wesley (1703-1791)[3] e William Fox. Em 1788 a Escola Dominical já possuía, só na Inglaterra, mais de 250 mil alunos matriculados.[4]

Todavia, hoje queremos apresentar um esboço histórico do início da Escola Dominical no Brasil, para que junto possamos conhecer um pouco mais deste trabalho, que tantos benefícios espirituais trouxe, e continua trazendo à Causa Evangélica em nossa pátria.

Quando os primeiros missionários protestantes começaram a chegar no Brasil, o movimento das Escolas Dominicais já estava firmado na Inglaterra, tendo também, se tornado muito forte nos Estados Unidos. Isto explica parcialmente, o porquê deste trabalho ser logo implantado no Brasil, muitas vezes, até mesmo antes de se estabelecer formalmente o Culto público. Vejamos então, como a Escola Dominical surgiu no Brasil....

1. OS METODISTAS COMO PIONEIROS

No dia 28 de junho de 1835 embarca em Baltimore nos Estados Unidos rumo ao Brasil, o Rev. Fountain E. Pitts, que chegaria no Rio de janeiro em 19 de agosto de 1835,[6] permanecendo ali durante alguns meses, viajando em seguida para Montevidéu, e, depois de algumas semanas, tomou o vapor para Buenos Aires,que era o objetivo final de sua vinda.

O Rev. Pitts, entusiasmado com as perspectivas do trabalho evangélico, deu um parecer favorável à implantação de uma missão Metodista no Brasil. No dia 2 de setembro de 1835, ele escreve ao secretário correspondente da Sociedade Missionária da Igreja Metodista Episcopal (IME):

“Estou nesta cidade (Rio de Janeiro) há duas semanas, e lamento que minha permanência seja necessariamente breve. Creio que uma porta oportuna para a pregação do Evangelho está aberta neste vasto império. Os privilégios religiosos permitidos pelo governo do Brasil são muito mais tolerantes do que eu esperava achar em um país católico (...) Já realizei diversas reuniões e preguei oito vezes em diferentes residências onde fui respeitosamente convidado e bondosamente recebido pelo bom povo....”[9]

Na seqüência, Pitts opina sobre o caráter e a experiência daquele que deverá ser enviado como missionário...

“....Nosso pequeno grupo de metodistas precisará muito de um cristão experimentado para conduzi-lo; no entanto, eles estão decididos a se unirem e a se ajudarem mutuamente no desenvolvimento da salvação de suas almas (...) O missionário a ser enviado para cá dever vir imediatamente e iniciar o estudo do idioma português sem demora...”[10]

As sugestões de Pitts são aceitas. No dia 29 de abril de 1836 desembarca no Rio de Janeiro, proveniente de New York, Estados Unidos, o missionário, Rev. Justin Spaulding, acompanhado de sua esposa, o filhinho Levi, e sua empregada.[11] Spaulding demonstrou ser muito empreendedor no seu trabalho. Em carta ao secretário da IME, datada de 5/5/1836, menciona que já organizara uma pequena escola dominical com o grupo de metodistas que o Rev. Pitts reunira.[12] Posteriormente, em relatório ao secretário correspondente da IME, datado de 01/9/1836, acentua:

“.... Conseguimos organizar uma escola dominical, denominada Escola Dominical Missionária Sul-Americana, auxiliar da União das Escolas Dominicais da Igreja Metodista Episcopal... Mais de 40 crianças e jovens se tornaram interessados nela (...) Está dividida em oito classes com quatro professores e quatro professoras. Nós nos reunimos às 16:30 aos domingos. Temos duas classes de pretos, uma fala inglês, a outra português. Atualmente parecem muito interessados e ansiosos por aprender...”[13]

Desta forma, baseados nos documentos que temos, podemos afirmar que a primeira Escola Dominical no Brasil dirigida em português, foi organizada no dia 01 de maio de 1836. Com esta afirmação, estamos esclarecendo alguns equívocos cometidos, a saber: 1) A sugestão de que foi em junho de 1836 que o Rev. Spaulding teria iniciado a Escola Dominical;[14] 2) A afirmação de que foram os Congregacionais os primeiros a organizarem esta escola com aula em português em 19/08/1855;[15] 3) A declaração de que foram os Presbiterianos que iniciaram a referida escola em 1860.[16]

Voltando a nossa rota inicial, observamos que o trabalho Metodista apesar de ter sido bem iniciado, teve curta duração: a missão metodista, por diversas razões,[17] encerrou as suas atividades no Brasil em 1841. Neste mesmo ano[18] ou em 1842,[19] o Rev. Spaulding retornou aos Estados Unidos.

A missão Metodista só teria o seu reinício definitivo no Brasil, em 05/08/1867[20], com a chegada do Rev. Junius Eastham Newman (1819-1895) no Rio de Janeiro. Em abril de 1869, Newman mudou-se para o interior de São Paulo, Saltinho[21], trabalhando entre os colonos americanos... Ali, junto com os imigrantes de Santa Bárbara, organizou no terceiro domingo de 1871,[22] a Primeira Igreja Metodista do Brasil, com cultos em inglês. No entanto, o trabalho metodista só receberia convertidos brasileiros em 9 de março de 1879, no Rio de Janeiro.[23]

O Bispo John C. Granbery, da Igreja Metodista Episcopal do Sul, desembarcou no Rio de Janeiro de 4 de julho de 1886, fazendo então, a primeira visita episcopal metodista ao Brasil. Em 15/09/1886, organizou a primeira conferência anual metodista na Igreja Metodista do Catete.[24]

2. OS CONGREGACIONAIS: UMA ESCOLA DOMINICAL DEFINITIVA



O Dr. Robert Reid Kalley (1809-1888), médico e pastor escocês, acompanhado de sua esposa, Srª Sarah Poulton Kalley (1825-1907), desembarcou no Rio de Janeiro no dia 10/05/1855, às cinco horas da manhã, proveniente da Inglaterra[25].

O Dr. Kalley tivera uma experiência intensa. Ele como missionário na Ilha da Madeira – desde outubro de1838 –. realizava um trabalho muito concorrido, pontilhado por atividades de âmbito médico (fundando inclusive um hospital)[26], educacional e religioso. Foi então que em 1843, a Igreja católica moveu uma perseguição contra ele. Depois de passar vários meses (mais de cinco meses)[27] preso, foi liberto no final de 1843[28]. Em 1846 a situação tornou-se insustentável; a turba havia se voltado contra ele e, nem o consulado dava-lhe mais garantias... A sua casa “foi assaltada e queimada a sua biblioteca e valiosos manuscritos....”.[29] O caminho foi fugir da ilha – disfarçado de mulher enferma –, juntamente com algumas famílias de seus fiéis,[30] sucedendo-lhe centenas de outros protestantes que também fugiram dali.[31] À época, o Dr. Kalley era casado com Margaret Kalley, que viria falecer em 1851 na Síria[32]. Posteriormente (14/12/1852), casou-se com Sarah Poulton Wilson (1825-1907), "poetisa, lingüista e musicista",[33] proveniente de uma família abastada, que se tornaria nossa conhecida como Sarah Poulton Kalley[34].

As perseguições sofridas na Ilha da Madeira marcaram profundamente a sua personalidade, tornando-o bastante cauteloso em sua ação missionária, embora, sem jamais negligenciá-la.[35]

Devido a dificuldade de encontrar no Rio de Janeiro um imóvel que fosse conveniente para residência e atendesse aos seus objetivos na obra evangélica, o casal após visitar a Tijuca, Niterói e Petrópolis, decidiu-se finalmente por Petrópolis,[36] mudando-se para aquela cidade serrana em fins de julho de 1855, hospedando-se no hotel Oriente (que ficava localizado na atual rua Sete de Abril).[37] No dia 15 de outubro de 1855, finalmente o casal se mudou para a sua nova residência no distrito petropolitano de Schweizaerthal (bairro suíço), onde alugou a mansão “Gerheim” (“lar muito amado”),[38] de propriedade do Sr. Alexandre Fry.

A Escola Dominical foi inaugurada pelo casal Kalley em “Gerheim” na tarde de 19/8/1855.[39] - isto ocorreu com a permissão do atual inquilino da mansão: o embaixador americano Sr. Webb, que ainda não desocupara a casa,[40] com quem o Dr. Kalley fez boa amizade. Na ocasião a Srª Kalley leu a história do profeta Jonas, ensinou-lhes alguns hinos[41] e deram graças ao Senhor.[42]

Passados dois ou três domingos, a escola dominical passou a funcionar com uma classe de crianças e outra de adultos, sendo esta dirigida pelo Rev. Kalley, contando alunos negros[43]. “As classes da escola dominical continuaram a funcionar através de muitas dificuldades, tais como - os maus caminhos em ocasiões de grandes chuvas, doenças, distrações sociais, festas religiosas, visitas de amigos e, mais tarde, as ausências da amável professora, quando acompanhava o seu marido ao Rio, para animar os irmãos que tinham as suas reuniões no Bairro da Saúde”.[44]

Não se dispõe de dados estatísticos de matrícula e freqüência desta incipiente escola dominical; temos apenas alguns informes esparsos que nos revelam o seu crescimento constante:

Em 11/5/1856, a Srª Kalley começou a ler a Bíblia em português a algumas crianças e a duas de suas criadas (alemãs ?)[45]

Neste mesmo ano as reuniões passaram a ser realizadas em português, inglês e alemão.[46]

08/6/1856, além da presença de adultos, a Escola Dominical contava com dez crianças (quatro que falavam português[47] ou inglês[48] e seis que conheciam o alemão).[49]

Em 01/7/1856, há o registro de 13 alunos presentes. Num domingo de setembro, compareceram 17 alunos. A partir de outubro, a freqüência média passou a ser de 20 a 25 alunos, às vezes aumentando.

Uma aluna desta época, Christina Fernandes Braga[50]- avó da famosa historiadora Henriqueta Rosa Fernandes Braga[51] -, mais tarde, em 1917, relembraria com indisfarçável satisfação a sua infância, quando estudou com a Srª Kalley:

“Quando eu tinha a idade de 7 anos, em 1856, freqüentava a ‘Classe Bíblica’ do Dr. Robert Reid Kalley em Petrópolis, em sua chácara, à rua Joinville, hoje Ypiranga. Reuniam-se ali, das 2 ou 3 às 4 horas da tarde, aos domingos, para o estudo da Bíblia, sentados em volta de uma mesa grande, na sala de jantar, cerca de 30 a 40 alemães, meninos e meninas, em sua maioria, cada um trazendo seu Novo Testamento. Quem levasse decorados três versículos, recebia um cartãozinho com um texto bíblico; quem conseguisse adquirir 10 cartõezinhos, recebia um cartão maior, e quem conseguisse 3 maiores recebia um livro.

“Em todas as reuniões, cantavam-se hinos".

“À saída, encontrávamos os que vinham para o estudo bíblico em português - esses eram em menor número..."

“Após o estudo em português, reunia-se a ‘Classe Inglesa’”.

“(...) Deve-se notar que a ‘Classe Alemã’ era mais numerosa, pois a língua alemã era mais vulgarizada em Petrópolis, naquele tempo. Tanto o Dr. Kalley, como sua esposa, Mrs. Kalley, falavam bem esse idioma..."

“Mrs. Kalley só matriculava alunos de oito anos para cima e, no entanto, fui matriculada antes dessa idade, devido à minha persistência e porque sabia diversos capítulos de cor....”.[52]

Em 30/5/1860, o casal Kalley mudou-se para uma propriedade mais central em Petrópolis, denominada de “Eyrie”, pertencente ao Barão de Lucena (1835-1913), localizada à rua Joinville, n° 1 (Atual Avenida Ipiranga, 135).[53] A Escola Dominical continuou normalmente em sua residência.

Em 18/7/1864, nova mudança; agora o casal vai para o Rio de Janeiro, passando a residir provisoriamente na rua do Propósito, até que a reforma da sua nova casa fosse concluída, o que ocorreu em 18/11/1864, quando então foram morar à Travessa das Partilhas, 34 (depois 44 e 56). Nesta residência, a Escola Dominical continuou funcionando na sala de jantar. “Terminada a lição, os discípulos desciam a grande escadaria que ia ter ao salão da travessa das Partilhas, onde então se realizava o culto público e a pregação do Evangelho”.[54]

Com isso, os irmãos de Petrópolis que podiam, passaram a freqüentar a Escola Dominical do Rio de Janeiro, enfraquecendo assim, gradativamente a Escola de Petrópolis.[55] Por este ou por outros motivos, o fato é que este trabalho seria encerrado (1871 ?)[56]. No jornal O Christão - Órgão da União Evangélica Congregacional do Brasil e de Portugal -, de 15 de agosto de 1927, p. 7, encontramos um desabafo de alguém que subscrevia o seu artigo com as iniciais “A.A”, lamentando pelo término do trabalho em Petrópolis, ao mesmo tempo em que estimulava sua Igreja a reiniciar a obra evangélica naquela cidade.

Concluindo esta parte do estudo, podemos observar que a Escola Dominical organizada pelo casal Kalley, se caracterizou pela preocupação de se ensinar a Bíblia e hinos evangélicos. Recordemos o testemunho de sua antiga aluna: “Em todas as reuniões, cantavam-se hinos”. É digno de menção que eles editaram em 1861 um hinário com 50 hinos, intitulado, “Psalmos e Hinos para o Uso Daquelles que Amão A Nosso Senhor Jesus Cristo”, hinário que seria ampliado através dos anos: 2ª edição em 1865, com 83 hinos; 3ª edição em 1868 com 100 hinos; 4ª edição em 1873, 130 hinos.[57]

O casal retornou definitivamente para a Escócia em 1876.[58]

Neste método, encontramos delineado o princípio defendido por Martinho Lutero (1483-1546) em 1530, que disse: “Depois da teologia, não existe arte que se possa equiparar à música, porque sobre ela, depois da teologia, é que consegue uma coisa que no mais só a teologia proporciona: um coração tranqüilo e alegre.”[59]

3. OS PRESBITERIANOS E A ESCOLA DOMINICAL

O Rev. Ashbel Green Simonton (1833-1867) foi o primeiro missionário presbiteriano a se estabelecer no Brasil (12/8/1859) - antes dele esteve o Rev. James Cooley Fletcher (1823-1901), todavia, ele não pregou em português nem fundou igreja alguma, pois esta não era a sua missão, contudo, realizou um trabalho notável[60]...

Simonton, antes de vir para o Brasil estudara um pouco o português em New York,[61] no entanto, não se sentia seguro, como é natural, para pregar nesta nova e difícil língua...

Nestes primeiros meses de Simonton no Rio de Janeiro, torna-se visível a sua angústia por não conseguir aprender o português tão rapidamente como gostaria; ele se ofereceu a algumas pessoas para ensinar o inglês ou outra língua morta, enquanto elas, no caso, ensinariam-lhe o português ou, se não fosse o caso, ele forçosamente aprenderia o português, por ser obrigado a conversar com seus alunos na língua materna deles. Aqui dois personagens devem ser destacados. O primeiro, é o Dr. Manuel Pacheco da Silva (1812-1889), a quem Simonton trouxera carta de apresentação remetida por Fletcher.[62] O Dr. Pacheco era um intelectual, diretor do Externato do Colégio Imperial Dom Pedro II de 1855 a 1872,[63] função que exerceu com competência.[64] Ele era amigo de Fletcher e, tornou-se amigo, aluno de inglês e confidente de Simonton.[65] No início de seus contatos, o Dr. Pacheco ofereceu-se para ajudá-lo do estudo do português e Simonton retribuiu a oferta para o estudo do Hebraico.[66] Foi ele quem apresentou Simonton ao segundo personagem, que destaco; o Dr. Teófilo Neves Leão, que era Secretário da Instrução Pública, o qual "prometeu ajudá-lo a conseguir uma licença de professor, necessária para que pudesse legalmente abrir uma escola particular."[67]

Os dois tornaram-se amigos e, em dezembro de 1859, Simonton registra: "Começamos no dia seguinte (a aprender português e a ensinar inglês) e agora vou diariamente a seu escritório às duas horas. É importante ter como professor alguém que tenha bom conhecimento da língua."[68]

Apesar destes esforços, Simonton continuou tendo dificuldade com a língua e, as duas vezes em que anunciou no jornal a sua disposição em ensinar, não lhe trouxe alunos.[69]

Em 02/01/1860, Simonton mudou de residência, indo morar com uma família que falava o português: "Muitos esforços e orações foram coroados de êxito e moro em casa onde posso ouvir e falar o português (...) Estou bem instalado, mais que esperava em casa de fala portuguesa; já era mais que tempo de saber a língua da terra"[70].

Finalmente, em 22 de abril de 1860, ele começou uma classe de Escola Dominical no Rio de Janeiro, ao que parece na casa do Sr. Grunting, onde havia alugado um quarto para a sua residência, desde 10/4/1860, por um período de quase seis meses.[71] Este foi o seu primeiro trabalho em português. Os textos usados com as cinco crianças presentes (três americanas da família Eubank e duas alemãs da família Knaack), foram: A Bíblia, O Catecismo de História Sagrada e o Progresso do Peregrino, de Bunyan.[72] Duas das crianças, Amália e Mariquinhas (Knaack), confessaram ou demonstraram na segunda aula (29/04/1860), terem dificuldade em entender John Bunyan.[73]

A primeira Escola Dominical organizada em São Paulo pelos presbiterianos, ocorreu no dia 17 de abril de 1864, às 15 horas, com sete crianças, sob a direção do Rev. Alexander L. Blackford (1829-1890), que se encontrava no Brasil desde 25/7/1860 e, em São Paulo, desde 09/10/1863[74]. Este trabalho permaneceu e, posteriormente o seu horário foi transferido para às 10 horas, sendo seguido de um ato de Culto.[75]

Terminada esta parte histórica, façamos algumas considerações sobre a Educação Cristã...

4. A EDUCAÇÃO: IMPORTÂNCIA E LIMITES

O homem é um ser educável. Ninguém consegue escapar à educação; ela está em toda parte, sendo intencional ou não, somos bombardeados com informações e valores que contribuem para nos dar um nova cosmovisão e delinear o nosso comportamento,[76] conforme a assunção consciente ou inconsciente de valores e paradigmas que reforçam ou substituem os anteriormente aprendidos, manifestando-se em nossas atitudes e nova perspectiva da realidade que nos circunda.

A educação é um fenômeno “tipicamente humano”. Os animais podem ser adestrados, mas, só o homem pode ser educado. [77]

A educação é fundamental para uma construção e transformação social. A educação é mais do que a transmissão de informações; ela consiste principalmente na formação ética do homem[78]. A educação visa formar homens com valores morais que envolvam deveres para com Deus, para consigo mesmo, para com o seu próximo e para com a sua pátria.[79] A Educação moral engloba o homem todo, considerando-o como ser religioso, racional, emotivo, livre e responsável. A genuína educação visa formar o homem para viver criativamente em sociedade, a fim de que ele possa assimilar, adaptar e transformar a cultura, através de um posicionamento racional, emocional e moral; ou seja, que o homem viva e atue em seu meio, com a integridade do seu ser. Isto só se torna possível, se conseguirmos despertar em nossos alunos, o amor e o comprometimento incondicional com a busca da verdade; em outras palavras: compromisso com Deus e a Sua Palavra.

Todavia, se a educação é extremamente relevante, devemos observar que ela não resolve todos os problemas sociais, morais e espirituais. A educação pode nos mostrar o certo e nos estimular a praticá-lo; contudo, entre o conhecimento do certo e a sua prática, há uma grande distância (Vd. Rm 7.14-24).[80]

O filósofo grego Platão (427-347 aC.), seguindo o conceito de seu mestre Sócrates (469-399 aC.),[81] entendia que o homem pratica o mal por ignorância do bem. O problema para Platão, foi conseguir demonstrar a sua tese através do relacionamento com o seu “discípulo” de Siracusa, Dionísio, o Jovem. Este, cansado de suas lições, mandou Platão de volta para Atenas; em outro período (361 aC), quando Platão a seu pedido elaborou uma nova Constituição para Siracusa, o monarca não se agradando da mesma, o aprisionou. Este é apenas um, entre diversos exemplos que a História registra, de homens que sabiam a verdade, porém seguiam caminhos opostos.[82]

Reafirmamos a importância do ensino; todavia, enfatizamos que é o Espírito Santo Quem nos capacita a fazer a vontade de Deus, a seguir os Seus mandamentos: Estar convencido de uma verdade não capacita ninguém a praticá-la. (Vd. Jo 15.5; Fp 2.13; 1 Jo 5.3-5).

Por outro lado, devemos também reconhecer, que “Deus opera através de processos naturais de maneira sobrenatural.”[83] Nós como professores de Escola Dominical, somos os instrumentos naturais de Deus para uma obra que transcende a nossa capacidade de compreensão: a transformação do homem. Deus em Sua soberania se dignou em nos usar como Seus “instrumentos naturais” para a transmissão da Sua Palavra sobrenatural, daí a ênfase divina no ensino da Palavra (Vd. Dt 6.6-9; Pv 22.6; Os 4.6; Mt 28.18-20/1 Tm 4.1). O Evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). Para tanto, o homem precisa conhecer o Evangelho, ser instruído a respeito do seu teor, e compete à Igreja fazê-lo. À Igreja cabe a responsabilidade intransferível de pregar o Evangelho a toda criatura. “A mais importante implicação da catolicidade da igreja, observa Kuiper, é seu solene dever de proclamar o evangelho de Jesus Cristo a todas as nações e tribos da terra.”[84] dominical

Van Horn declara o seguinte:

“O mestre cristão deveria descobrir o propósito do ensino: a formação do homem em sua personalidade independente servindo a Deus segundo Sua Palavra. Este propósito pode alcançar-se unicamente promovendo uma submissão obediente à Palavra de Deus tanto do mestre como do aluno.

“O ensino, segundo a Bíblia, é simplesmente a satisfação de uma necessidade divinamente ordenada (a renovação do homem caído e redimido no que Deus queria que ele fosse), em uma maneira divinamente ordenada (o uso de métodos conseqüentes com a autoridade máxima, as Escrituras).”

Concluindo, devemos nos lembrar que hoje nós somos herdeiros deste trabalho que cresceu e frutificou. Cabe-nos a responsabilidade de participar,orar e usar a nossa inteligência para aperfeiçoar a Escola Dominical, a fim de que ela continue sendo um veículo poderoso de propagação do Evangelho e de edificação espiritual da Igreja.