domingo, 31 de dezembro de 2023

18.02 A 24.02.2024 - MANANCIAL OU CISTERNA?

TEXTO: “Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas (rachadas), que não retêm as águas.” (Jr 2.13).

‘Não há nada que diga a verdade a nosso respeito como cristãos tanto quanto nossa vida de oração.” – Martyn Lloyd-Jones


INTRODUÇÃO:

Nos dias em que Deus liberou essa palavra por meio do profeta Jeremias, não havia água encanada e o povo dependia dos mananciais para a sua sobrevivência.

Contudo, tanto pela falta de mananciais (que não eram encontrados em qualquer lugar) como pelo comodismo de não precisarem buscar água todos os dias, as pessoas passaram a usar cisternas.

A cisterna era um reservatório de águas das chuvas, e era muito prática, uma vez que, pelo fato de armazenar água, ela evitava o esforço da caminhada diária em busca de uma fonte.

Essa era uma realidade comum a todos os povos da antiguidade, razão pela qual Deus escolheu justamente essa figura para ilustrar a verdade espiritual que o seu povo tanto necessitava ouvir e entender.

 

DESENVOLVIMENTO:

·         CISTERNAS ROTAS: O Senhor chamou de rotas as cisternas que o seu povo vinha cavando, enfatizando que elas não podiam armazenar água. Estamos falando da diferença entre beber da fonte ou de um reservatório. Portanto, nessa comparação que o Senhor fez, a conclusão é uma só: Quem bebe da fonte tem a água, ao passo que quem tenta fazer uso do reservatório acaba ficando sem ela! Muitos de nós achamos que é possível “driblar” o princípio da busca diária e tentamos “encher os nossos reservatórios” nos cultos semanais. Há pessoas que durante toda a semana não oram, não adoram, tampouco leem a Bíblia, mas acham que frequentar um culto é suficiente para mantê-las abastecidas. Por que preferimos encher as nossas cisternas, em vez de irmos diariamente à fonte? Talvez seja por mero comodismo, mas o fato é que temos falhado numa área vital do nosso relacionamento com o Pai celestial. Ninguém sobrevive de estoques em sua vida espiritual. Não existe uma espécie de “crente camelo”, que enche o tanque e suporta quarenta dias de caminhada no deserto! Entretanto, muitos de nós agimos como se isso fizesse parte da nossa realidade. Essa ideia de beber da fonte é usada por Deus em toda a Bíblia. Creio que isso serve para cultivar em nós uma mentalidade correta com relação ao nosso relacionamento com ele. (Jo 4:10, 13, 14; 7:37-38) e (Ap 7:17; 22:17).

 

·         A BUSCA DIÁRIA: Deus espera que o busquemos todos os dias. Isso me parece bem claro na oração modelo que Jesus nos ensinou: (Mt 6.11). E quanto ao dia seguinte? Devemos voltar a buscar o Senhor a cada novo dia (Mt 6.34). Quando o Senhor Jesus nos ensinou a depender de Deus para a nossa provisão, ele não quis dizer que deveríamos simplesmente ficar sentados e esperar. Ao contrário, percebemos que o caminho bíblico proposto é o de irmos ao Senhor em oração diariamente. Há uma relação entre esse ensino do Senhor Jesus e o que aconteceu nos dias de Moisés com relação ao maná, o pão do céu. Vemos que, depois que a nação de Israel deixou o Egito e saiu pelo deserto em direção a Canaã, eles se encontraram em grandes dificuldades para obter o seu próprio alimento, uma vez que, em viagem, não tinham tempo nem condições de plantar e colher. O resultado foi o envio da provisão divina e diária do maná: (Êx 16:4). A cada novo dia, os israelitas tinham que se levantar em busca do pão. Deus queria que fosse exatamente assim: (Êx 16: 19-21). O que temos aqui não é apenas uma lição de dependência, mas inclui também os parâmetros divinos segundo os quais o povo deveria relacionar-se com o Senhor. Aparentemente, era isso o que acontecia no jardim do Éden, onde Deus visitava os seus filhos diariamente (Gn 3.8). Observe a desobediência deliberada e imediata dos israelitas. O Senhor claramente os advertiu de não estocar o maná para o dia seguinte. Ele prometeu uma nova porção a cada novo dia. Ainda assim, eles lhe desobedeceram e tentaram fazer reservas para o dia seguinte. Por quê? Para não terem que se preocupar em buscar o maná todo dia. Isso é comodismo. Não há como trabalhar com estoques no que diz respeito à presença de Deus. Devemos buscá-lo a cada novo dia. O que experimentamos dele num dia não elimina a necessidade de continuar a buscá-lo no dia seguinte. Como registrou o profeta Jeremias, falando da misericórdia do Senhor, elas renovam-se cada manhã (Lm 3.23). Não que ela tenha prazo de validade. As “cotas” do que Deus nos disponibiliza é que são liberadas diariamente para que sempre voltemos à fonte. Há uma renovação diária não só das misericórdias divinas, mas do nosso ser interior. Paulo declarou aos coríntios: ... mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia (2Co 4.16). E essa renovação é automática? Não! Ela só é alcançada ao buscarmos o Senhor.

 

CONCLUSÃO:

Decida hoje mesmo a investir em seu relacionamento diário com o Senhor e a fazer disso a sua fonte de águas vivas.

Não se deixe levar pelo desejo de cavar para você mesmo uma cisterna rota que não retém as águas.

Chegar ao ponto crucial da busca ao Senhor, onde nada mais importa, envolve tanto a intensidade como a frequência.

Não pode haver, em nosso relacionamento com Deus, somente um desses elementos.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

04.02 A 10.02.2024 - DESCOBRINDO OS TESOUROS DE CRISTO

 TEXTO BASE: Oséias 6:3 - Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva, a sua vinda é certa; e ele descerá sobre nós como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra.”

“Um pouco de conhecimento de Deus vale muito mais do que uma grande quantidade de conhecimento sobre Ele.” – J. I. Packer

INTRODUÇÃO:

Hoje há muita gente no mundo investindo tempo e dinheiro, e muito dinheiro, na busca de tesouros perdidos.

O que os faz investir tanto nessa empreitada?

A possibilidade de encontrarem uma boa e genuína recompensa.

A verdade é que, seja uma caça ao tesouro ou não, em qualquer outra situação em que mensuramos uma grande recompensa e constatamos que ela vale a pena, nos dispomos a correr atrás do prêmio.

Portanto, penso que, se entendêssemos que há um tesouro a ser encontrado no relacionamento com Cristo, a maneira de buscá-lo, mudaria drasticamente em nossa vida.

 

DESENVOLVIMENTO:

 

§         UMA JORNADA DE DESCOBERTA: O fato é que há um tesouro, chamado de “tesouro escondido”. Esses preciosos tesouros estão escondidos em Jesus com qual propósito? Não acredito que seja para permanecerem ocultos, mas, sim, para serem descobertos por aqueles que procuram. Isso faz todo o sentido para mim quando penso que, por trás da busca, há uma promessa de revelação (Jr 33:3). Eu sei que para muitos a oração talvez não passe da primeira fase: invocar e ser respondido. Mas, no plano divino, há mais – muito mais – do que isso à nossa disposição. Podemos entrar numa dimensão maior de compreensão não somente das verdades, como também da pessoa de Jesus Cristo.

 

§         O MANÁ ESCONDIDO: Logo que o maná foi enviado por Deus ao povo de Israel, Moisés, por ordem divina, orientou Arão a guardar uma porção dele dentro da arca da aliança (Êx. 16:33-34). Depois que compreendermos essas figuras, entenderemos melhor o que Paulo disse aos colossenses (Cl 2.3). A arca é uma figura de Cristo, e o maná, da Palavra de Deus. É importante ressaltarmos o termo “escondido”. O maná não estava apenas guardado na arca, mas escondido! A arca não tinha janela nem vitrine. O que se colocava dentro dela não podia ser visto por ninguém. Essa é a razão de Jesus dizer à igreja de Pérgamo: ao que vencer lhe darei do maná escondido (Ap 2.17). Se olhássemos superficialmente para a arca, não teríamos como ver o maná escondido, a não ser que fizéssemos um exame mais cuidadoso, abrindo-a para examinar o seu conteúdo. Da mesma maneira, se você tiver um contato apenas superficial com Cristo, jamais descobrirá os tesouros da sabedoria e da ciência! Você jamais poderá conhecer os mistérios do reino! Infelizmente, essa é a realidade da maioria dos cristãos que, servindo a Jesus durante anos e anos, jamais chegam a experimentar desse maná escondido. Esses tesouros escondidos são os mesmos segredos de Deus que Davi mencionou no Salmo 25.14. Todas as vezes em que você pegar a sua Bíblia para lê-la, estudá-la e meditar nela, lembre-se de que há tesouros escondidos que jamais se tornarão conhecidos através de um mero exame superficial.

 

§         O RELACIONAMENTO COM A PALAVRA: Cristo é a Palavra, e a Palavra revela Cristo. É simples assim! Ou podemos usar a definição de J. I. Packer: “Jesus considerava-se a chave para as Escrituras, e estas, a chave para ele próprio”. Contudo, o problema de nossa geração é que as pessoas alegam querer conhecer Cristo, mas não entendem, ou não querem entender, que não há como conhecê-lo íntima e profundamente, a não ser pela sua Palavra. Agora vamos refletir juntos: se essa é uma ordem divina (encher-se da Palavra), que nós escolhemos negligenciar, e se sabemos que o não cumprimento da ordem de Deus é pecado, então como classificar o nosso não envolvimento com as Escrituras? É pecado! Certa ocasião, ouvi alguém dizer que o que a igreja mais precisa em nossos dias não é de avivamento, mas de “abibliamento”. Precisamos voltar à Palavra! Queremos ter a comunhão e a paixão que os homens de Deus, envolvidos nas histórias de avivamento do passado, tiveram. A questão é que, aparentemente, não queremos o mesmo envolvimento que eles tinham com a Palavra de Deus.

 

CONCLUSÃO:

Se quisermos conhecer melhor a Cristo e descobrir os tesouros da sabedoria e da ciência que nele se encontram, precisaremos nos envolver com a Palavra de Deus num nível muito mais profundo do que o que alcançamos até agora.

Que o Senhor nos ajude a despertar e a recomeçar nessa área!

 

PARA PENSAR: “A evidência do nosso desejo por algo é expressa pela intensidade de nossa busca!”

 

ATENÇÃO: Semana que vem teremos o nosso Congresso de Carnaval. Retornaremos com o Discipulado na semana seguinte!

domingo, 5 de novembro de 2023

26.11 A 02.12.2023 - FASCINADOS POR DEUS (PARTE 2)

“Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade.” – João 4:23

 

INTRODUÇÃO:

O problema de muitos é não entender a essência do que Deus está procurando.

Já vi gente afirmando que o Pai procura a verdadeira adoração, mas não foi isso que Jesus falou.

Cristo afirmou que Deus, o Pai, procura os verdadeiros adoradores, e não a verdadeira adoração.

São coisas bem distintas!


DESENVOLVIMENTO:

O QUE DEUS ESTÁ PROCURANDO?

Se tratarmos do assunto das ofertas, também teremos que ressaltar o interesse de Deus no ofertante, e não na oferta.

Se o interesse divino fosse meramente na oferta, então qualquer oferta deveria ser aceita.

Mas percebemos, ao longo das Escrituras, que Deus não aceitou a oferta de muita gente.

Aliás, a pergunta feita da parte do Senhor, por Malaquias, o profeta, foi: (Ml 1.9). Deus aceita o ofertante! Quando ele rejeita a oferta, é porque perdeu o prazer no ofertante (Ml 1.10).

Ananias e Safira que o digam! Deram uma considerável quantia de oferta e foram julgados.

E o que dizer de Abel e Caim, na primeira menção bíblica das ofertas? O próprio texto sagrado responde: (Gn 4.4-5). O ofertante sempre é mencionado primeiro. Por razões óbvias! O diferencial na questão das ofertas, uma das formas de adoração, é o coração com que fazemos o que Deus pediu que fizéssemos.

Qual foi o problema de Caim? Segundo as Escrituras, foi seu comportamento.

Observe o que o Senhor lhe disse: (Gn 4.7). Entendido isso, a pergunta a ser feita é: “O que estava por trás do comportamento?” O coração.

Repare no que Caim fez: (Gn 4.3). A palavra usada no original hebraico não é específica sobre quanto tempo se passou. A palavra é vaga e pode se referir a dias, semanas, meses e anos. Mas o que é claro é a palavra fim.

Ela mostra que Caim deixou Deus para o fim.

Isso é ainda mais evidente quando a Bíblia fala de Abel e sua atitude aparece contrastando com a de seu irmão: (Gn 4.4).

A palavra primícias significa “primeiros frutos”. Portanto, quando Abel teve acesso aos seus primeiros ganhos, antes de pensar em usufruir do seu próprio trabalho, colocando-se em primeiro lugar, ele preferiu honrar o Senhor, colocando-o em primeiro lugar e ficando por último.

Caim, por sua vez, fez o oposto: colocou-se em primeiro lugar e deixou Deus por último.

O que Deus queria? A oferta? Claro que não! Ele queria a declaração por trás da oferta, o anseio de valorizar Deus por trás daquele ato.

O Senhor queria um coração que o valorizasse acima de tudo, inclusive dos ganhos materiais e financeiros.

Qual é o maior mandamento? Ao ser questionado sobre isso, Jesus respondeu que o maior mandamento é amar a Deus acima de tudo: Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de TODO o teu coração, de TODA a tua alma, de TODO o teu entendimento e de TODA a tua força (Mc 12.30).

Quando o Senhor revela esperar que o amemos com tudo que há em nós, de todo o nosso coração, de toda a nossa alma, de todo o nosso entendimento e com todas as nossas forças, está apontando para o fato de que ele quer ser o mais importante em nossa vida.

Não porque Deus precise disso, mas porque, se não dermos a ele esse lugar, jamais nos doaremos a esse relacionamento com deveríamos.

 

CONCLUSÃO:

Tudo aponta numa só direção: Deus quer um relacionamento com o homem.

O anseio divino pela comunhão com o homem é inegável.

Mas Deus espera que o nosso anseio por ele também seja intenso.

E uma das coisas que podem nos ajudar nessa jornada de entrega é a descoberta de quem ele é.

Trata-se da fascinação gerada pela revelação da pessoa de Deus.

 

19.11 A 25.11.2023 - FASCINADOS POR DEUS (PARTE 1)

“O que nos molda não é aquilo a que nós dedicamos mais tempo, e sim o que exerce o maior poder sobre nós.” (Oswald Chambers)

 

INTRODUÇÃO:

Você sabia que o livro mais lido do mundo é a Bíblia? E também no Brasil.

Esse é o resultado da 4ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil” (2016), que destaca o Livro Sagrado em primeiro lugar nas listas entre os “livros mais marcantes” e os “últimos livros mais lidos”.

Dentre os 66 livros que compõem o Livro Sagrado, o mais lido é o de Salmos.

Alex Varughese, editor da obra “Descobrindo a Bíblia: história e fé das comunidades bíblicas”, afirmou: “O livro de Salmos é um dos livros mais lidos e apreciados da Bíblia. Tanto a sinagoga como a igreja continua a ler, entoar e orar os Salmos. Enquanto outros livros do Antigo Testamento representam a Palavra de Deus para a humanidade, os Salmos elevam a voz da humanidade a Deus”.

DESENVOLVIMENTO:

Outra informação interessante é que, dos 150 salmos, 73 são atribuídos a Davi; ou seja, quase metade dos salmos!

Se ainda levarmos em conta que 50 salmos não possuem identificação de autoria, percebemos que restam apenas 27 que se dividem entre vários outros autores.

Essa é a provável razão pela qual, quando se fala a respeito dos salmos, o nome de Davi seja o primeiro que nos vem à mente.

Apresento esses dados para destacar um fato: Se a Bíblia é o livro mais lido do mundo e, se o livro mais lido da Bíblia é o de Salmos, e dos salmos Davi é o escritor que mais aparece, seria exagero declarar que ele se tornou um dos grandes nomes da história da humanidade? Para o mundo, o rei Davi tornou-se conhecido mais por seus salmos do que por suas guerras.

Mas, a mais surpreendente classificação de Davi na Bíblia fala não da sua reputação diante dos homens, mas diante de Deus.

Sim, ele é o único na Bíblia que foi chamado de “homem segundo o coração de Deus”.

Sabemos que esse adjetivo não foi usado para indicar que ele era um homem perfeito, pois alguns de seus pecados, estão registrados nas Escrituras.

Embora seja justo também dizer que os tropeços de Davi se limitam principalmente a essas ações (1 Rs 15:5). Então, se não foi por causa da perfeição que o filho de Jessé teria sido chamado de “homem segundo o coração de Deus”, por qual outra razão seria?

Davi foi assim chamado pelo Senhor por apresentar algo essencial que o Senhor espera dos homens.

A ideia de que Deus está buscando algo nas pessoas pode ser vista na frase: Achei Davi, meu servo (Sl 89:20). Vejamos outra declaração bíblica e neotestamentária sobre o assunto: “elevou-lhes Davi como rei, ao qual também, dando testemunho, disse: ACHEI A DAVI, filho de Jessé, HOMEM SEGUNDO O MEU CORAÇÃO, e ele fará todas AS MINHAS VONTADES” (At 13:22).

Vimos, pela Palavra de Deus, que a humanidade foi criada para buscar a Deus.

E, se essa é a razão da nossa existência, seria de causar admiração pensar que essa é uma das características que o criador mais espera que manifestemos?

O TABERNÁCULO DE DAVI: O que o Senhor sentia falta dos dias de Davi e queria de volta nos dias de Uzias? O tabernáculo de Davi! É isso mesmo!

Observe a profecia de Amós 9:11-12. Deus queria de volta uma única coisa dos tempos gloriosos de Davi: o tabernáculo que foi levantado naquela ocasião!

O curioso é que de todos os edifícios levantados e consagrados para ser a casa de Deus nos tempos bíblicos, o que Davi edificou é o mais simples de todos.

Ele não tinha a sobrenatural obra de arte que foi encontrada no de Moisés.

Não tinha a glória do templo de Salomão, levantado posteriormente, e nada que pudesse se comparar ao templo de Esdras.

Não tinha as suntuosas pedras e edificações do templo de Herodes.

O tabernáculo de Davi era apenas uma tenda simples com a arca da aliança no meio.

Em razão disso, é mais fácil concluir que o Senhor queria o que um dia aconteceu ali do que a tenda em si.

Davi trouxe de volta a Arca da Aliança, símbolo da presença de Deus, que estava perdida por décadas e colocou-a nesse tabernáculo (1Cr 15.1) e depois deu ordens aos levitas que, 24 horas por dia, 7 dias por semana, permanecessem em volta da arca adorando a Deus (1Cr 16.1,7,37).

A partir desse momento, a música estava oficialmente tornando-se parte do culto ao Senhor.

Mas o que está por trás do que Davi fez é maior do que a música.

Encontramos no Novo Testamento uma afirmação que mostra que a aplicação dessa mensagem profética liberada por Amós se estende à nova aliança e revela os propósitos atuais de Deus para a Igreja de Jesus Cristo (At. 15:16-18).

Tiago, o irmão do Senhor, aplicou esse texto como fundamento para a proclamação do evangelho aos gentios, o que me faz entender que, neste tempo em que vivemos, há algo que acontecia no tabernáculo de Davi que Deus quer de volta!

Entenda que não estou falando sobre literalmente construir uma réplica da arca da aliança, colocá-la sob uma tenda e dispor os músicos em volta para, continuamente, louvarem o Senhor.

O que Deus quer restaurar é mais do que um formato de culto e adoração.

CONCLUSÃO:

Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade” (Jo 4.23).

Aliás, baseado nessa conversa de Jesus com a mulher samaritana, junto ao poço de Jacó, podemos entender melhor o que Deus está procurando.

O final do mesmo versículo citado nos revela algo importante: porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.

12.11 A 18.11.2023 - AMADO E AGRADÁVEL (PARTE 2)

“Há um rio, cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo.” – Salmos 46:4

 

INTRODUÇÃO:

Qual será a intensidade do meu relacionamento com Deus? Quanto vou experimentar de Deus?

Eu mesmo é que decido!

Já vimos que a lei da reciprocidade define que aquilo que Deus faz, a parte Dele, depende daquilo que eu faço, a minha parte.

Vamos falar primeiro da intensidade e depois das conquistas.

A dimensão de ambas é determinada pela nossa atitude de provocar (ou não) a lei da reciprocidade divina.

 

DESENVOLVIMENTO:

1.       ENTRANDO NO RIO:

Uma das figuras do mover do Espírito Santo pode ser vista no rio de Deus.

Assim como lemos acerca de um rio, na Cidade Santa, no livro de Apocalipse, também lemos, em Salmos 46:4.

O rio flui do trono de Deus (Ap 22:1-2), ou seja, é uma extensão dele mesmo, e faz coisas que só Deus pode fazer, como comunicar vida, curar etc.

Há um paralelo mencionado em Ezequiel 47: 3-5, numa visão que o profeta teve, que apresenta muitas similaridades da descrição do rio no Apocalipse.

Que lição temos aqui? Para ter mais do rio de Deus, temos que entrar nele! É isso mesmo.

Não é o rio que invade a sua vida; é você que tem que entrar no rio!

Tenho conhecido muitos crentes que passam uma vida inteira esperando uma espécie de enchente espiritual.

Avivamento, na concepção deles, parece ser o aguardado momento que ocorrerá essa “santa inundação” e o rio invadirá a sua vida.

Descobri que eu é que preciso entrar no rio.

Descobri também que posso parar quando as águas ainda derem nos tornozelos; ou quando ainda derem nos joelhos; ou mesmo nos lombos.

Isso não significa que essa seja a vontade de Deus.

Penso que assim como o anjo que fazia a medição não deixou Ezequiel parar com as águas nos tornozelos, joelhos e lombos, mas o levou até as águas profundas, assim também o Senhor não quer que paremos nas águas rasas.

Nosso destino é o lugar das águas profundas! Mas, à semelhança do profeta, temos de avançar.

Não podemos parar no raso. A profundidade tem que ser buscada. E ela depende mais de nós do que de Deus!

O Senhor já criou o acesso e nos revelou o caminho. Só falta decidirmos chegar lá.

 

2.       FLECHANDO O CHÃO:

Já entendi que o mover de Deus será, em minha vida, do tamanho da minha fé. O limite não está em Deus; Pelo contrário, o limite está em nós.

Enxergamos isso claramente no episódio da visita do rei Jeoás ao profeta Eliseu: (2 Rs 13:14-19,25).

Aqui temos um rei que recebeu uma palavra de Deus através de um dos mais sérios profetas da Bíblia.

A promessa era explícita e incluía uma vitória esmagadora e permanente sobre o inimigo.

Essa era a provisão divina, a vontade do Senhor, revelada por meio de seu servo. Mas qual foi o resultado?

Aprendemos aqui que nós mesmos é que determinamos a quantidade de vitórias que teremos.

E isso por meio da fé que expressamos. Não é a palavra de Deus que garante a vitória.

É a nossa fé nessa palavra que produzirá resultados.

As Escrituras nos ensinam que é com fé que herdamos as promessas (Hb 6.12).

Em outras palavras, não basta ter promessa (ainda que divina), é preciso ter fé.

A falta de fé de nossa parte nos impede de viver a plenitude do que Deus tem para nós.

A falta de rendição da nossa parte também produz as mesmas consequências.

Uma verdade bíblica poderosa, resumida e simplificada por John Bevere, em uma frase, em seu livro Extraordinário – “O que você está destinado a viver”, ele afirma: “Deus não responde à nossa necessidade; ele responde à nossa fé!”

 

CONCLUSÃO:

Essa lei da reciprocidade me ensina a não permanecer indiferente.

Ela me ensina a dedicar-me cada vez mais ao Senhor.

Não porque ele precise disso, e sim porque nós precisamos!

O entendimento e uso correto dessa lei espiritual nos ajudará a ir além da mediocridade e entrar numa dimensão mais profunda de intimidade com o Senhor.

É por isso que precisamos aprender a buscar o Senhor de todo coração e até que nada mais importe.

05.11 A 11.11.2023 - AMADO E AGRADÁVEL (PARTE 1)

“Nunca me sinto melhor do que quando me esforço ao máximo para Deus.” – George Whitefield

 

INTRODUÇÃO:

Há uma diferença entre ser amado por Deus e ter uma maneira de viver a vida cristã que seja agradável a Ele.

O primeiro determina o nosso valor e tem a ver tanto com o que Deus é, como com o que nós somos.

O segundo tem a ver com o nosso comportamento e nada a ver com Deus ou nós somos.

 

DESENVOLVIMENTO:

A DIFERENÇA ENTRE SER AMADO E SER AGRADÁVEL:

John Bevere, em seu livro Extraordinário – “O que você está destinado a viver”, afirmou que: Não podemos fazer nada para fazer com que Deus nos ame mais do que Ele já nos ama; também não podemos fazer nada que faça com que Ele nos ame menos.

Mas quanto prazer Ele sente por nossa causa? Isso é outra história”. E acrescentou: “Nos últimos anos, ouvimos falar muito sobre o amor incondicional de Deus, uma discussão muito útil e necessária. Entretanto, muitas pessoas concluíram em seu subconsciente que, uma vez que Deus as ama, Ele também está satisfeito com elas. Isso simplesmente não é verdade”.

Há muitos cristãos se esforçando por “merecer” o amor do Pai celestial. Mas o amor divino não tem nada a ver com performance!

Jesus, ao contar a parábola do filho pródigo, não disse que o pai estava desmotivado para amar ou perdoar o seu filho quando este regressou para casa. Não! O amor daquele pai não tinha absolutamente nada a ver com a performance do seu filho.

Muitos estão vivendo nesse extremo.

Acreditam que deveriam “merecer” esse amor e nunca conseguem viver à altura do que idealizaram.

Mas há um outro tipo (ou grupo) de cristãos, que sabe que a performance não determina valor ou aceitação, a ponto de não se importar com isso.

O problema é que essas pessoas não entendem que, para agradar a Deus, diferente de ser amado por Ele, temos de dar o melhor de nós.

Toda e qualquer pessoa tem o mesmo valor aos olhos de Deus. Todos são amados por Deus.

Mas a pergunta a ser feita é: estamos todos agradando a Deus? O princípio de agradá-lo é bíblico! (1 Ts 4:1; Rm 8:8; Hb 11:6).

Uma pessoa que está na carne é amada por Deus? – Claro que sim! E ela está agradando a Deus? – Claro que não!

Uma pessoa que não consegue andar em fé é amada por Deus? – Sim! E ela está agradando a Deus? – Não!

Nenhum de nós pode se esquecer disso.

Tanto o ser amado por Deus, como o ser agradável a Deus estão relacionados com valor.

Porém, um determina o nosso valor para Deus, enquanto o outro determina o valor de Deus para nós.

Muito mais do que apenas ser extraordinariamente amado por Deus, o que determina o nosso alto valor para Ele, nós também devemos procurar, em tudo, agradar a Deus, o que determina o alto valor dele para nós.

A falta dessa compreensão básica tem impedido muitos de avançar a uma dimensão maior de intimidade com o Senhor.

Alguns sabem que, como filhos, são tão amados pelo Pai Celeste quanto os outros.

O que, infelizmente, ignoram é que poderiam agradar mais ao Pai e desfrutar muito mais dele do que já chegaram a experimentar.

Essa lei da reciprocidade define a intensidade do nosso relacionamento com Deus.

Mas, como veremos na próxima semana, também define o nível de conquistas e experiências que podemos ter com Ele.

 

CONCLUSÃO:

Ir mais fundo no relacionamento com Deus é nossa responsabilidade.

Não se trata de algo que depende somente de Deus.

Pelo contrário, depende de nós usarmos ou não os princípios que Ele instituiu e revelou, e um destes é agradar ao Senhor!

 

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

29.10 A 04.11.2023 - A RECIPROCIDADE DE DEUS (PARTE 2)

“Para com o benigno, benigno te mostras; com o íntegro, também íntegro. Com o puro, puro te mostras; com o perverso, inflexível”. – Salmos 18:25-26

 

INTRODUÇÃO:

Mas porque Deus revelaria algo bom a uma pessoa e resistiria a outra?

Alguém, diante disso, poderia objetar: “Mas a Bíblia não diz que Deus não faz acepção de pessoas?” É verdade! Esse princípio aparece tanto na nova aliança (Rm 2:11), como na antiga aliança (Dt 10:17).

Contudo, isso não anula a lei da reciprocidade.

 

DESENVOLVIMENTO:

Voltando ao Salmo 18:25-26, citado há pouco, a qualquer um que escolher andar em benignidade, Deus igualmente revelará sua benignidade; a qualquer um que agir perversamente Deus se mostrará contrário. Não haverá acepção de pessoas.

Um não terá mais privilégios quanto à revelação da benignidade do que outro, embora desfrutar de uma intensidade diferente dessa revelação seja possível e diretamente proporcional à intensidade que a pessoa manifestou em sua atitude.

Certa ocasião, ouvi alguém dizer que o Senhor não faz acepção de pessoas, mas faz acepção de atitudes. Concordo plenamente! Quando a Bíblia diz que o Senhor se agradou de Abel (e da sua oferta), mas não se agradou de Caim (e da sua oferta), o foco não estava em quem as pessoas eram, e sim no que essas pessoas fizeram.

Essa é a razão de Deus questionar Caim: “Se procederem bem, não é certo que serás aceito?” (Gn 4:7).

A aceitação estava relacionada com o proceder de Caim, e não com sua pessoa. Por isso o Senhor também disse: “Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta” (Gn 4:7).

Em 2 Co 9:6 diz: “Lembrem-se: aquele que semeia pouco, TAMBÉM colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, TAMBÉM colherá fartamente”. A palavra destacada TAMBÉM indica a mutualidade, a reciprocidade.

Uma pequena semeadura produz uma colheita pequena. Uma grande semeadura produz uma colheita grande.

Deus não faz acepção de pessoas, o rico e o pobre são iguais aos olhos de Deus, não há distinção entre eles.

Mas e a diferença entre o que colhe pouco e o que colhe muito?

O que se vê, nesse caso, não é acepção de pessoas, e sim de atitudes. Quem escolheu quanto plantar foi o homem, e não Deus.

Quem provocou a colheita diferenciada foi o homem, e não Deus.

O criador apenas estabeleceu a lei espiritual, mas é o homem que decide como vai usá-la. Deus não vai, de modo algum, anular essa lei da reciprocidade, por Ele mesmo instituída, pois, se por um lado Ele não faz acepção de pessoas, por outro, Ele o faz de atitudes.

É imperativo entender que nosso comportamento afeta o nosso relacionamento com Deus.

Não estou dizendo que Deus seja volúvel e mude de acordo com as nossas atitudes.

Temos de separar aquilo que Deus é, da forma que Ele interagirá conosco.

Nosso comportamento não muda o que Deus é. A maior prova disso está na declaração de Paulo a Timóteo: (2 Tm 2:13).

Ou seja, meu comportamento de infidelidade não muda o caráter da fidelidade de Deus. Por quê? Porque Ele não pode negar a si mesmo. Então isso não é contraditório? De forma alguma! Minhas atitudes não mudam o que Deus é, mas afetam a maneira como Ele se revelará a nós.

Observe os versículos em (2 Tm 2: 11-12).

A lei da reciprocidade aparece claramente. Haverá mutualidade no comportamento divino? Com certeza!

A infidelidade que leva o homem a negar a Deus gerará uma recíproca da negação da parte de Deus para com o homem; isso é reciprocidade. A diferença é que o comportamento humano está expressando quem o homem é, enquanto a reação divina não está expressando quem Deus é; isso é identidade. Esta é uma das maneiras do Senhor dizer aos homens: “O que vocês estão vivendo não é, necessariamente, a minha vontade, tampouco a revelação de quem Eu sou. Trata-se apenas das consequências das suas escolhas e atitudes”.

As pessoas confundem as coisas. Já vi gente dizendo que Deus não irá revelar mais de si a uns do que a outros, tampouco abençoar mais a uns do que a outros, uma vez que ama a todos igualmente. Mas o fato é que os resultados que vivemos não são determinados de forma unilateral pelo Senhor.

Por exemplo, desde a antiga aliança, Deus revelou um princípio: obediência atrai benção (Dt 28:1-14), e desobediência atrai maldição (Dt 28:15-68). Não podemos responsabilizar Deus pelas bênçãos ou maldições que as pessoas experimentam ao longo da narrativa bíblica (e ainda hoje experimentam). O criador estabeleceu a lei espiritual, mas quem escolhe provocar a benção por meio da obediência ou a maldição por meio da desobediência são as pessoas, e não Deus!

 

CONCLUSÃO:

O fato de que todos são igualmente amados pelo Pai celestial (e possuem o mesmo valor diante dEle), não nivela o relacionamento das pessoas com Deus.

Os que são igualmente amados pelo Senhor podem viver diferentes níveis de entrega e rendição em seu relacionamento com Ele.

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domingo, 15 de outubro de 2023

22 A 28.10.2023 - A RECIPROCIDADE DE DEUS (PARTE 1)

“Se você possui alguma coisa que Deus não pode ter, você nunca terá um avivamento.” - A.W. Tozer

 

INTRODUÇÃO:

Vimos a idéia de que dar a Deus o primeiro lugar é um princípio que protege o nosso coração, que nos leva a cumprir o propósito dessa busca apaixonada.

Agora veremos a consequência do cumprimento desse propósito.

O propósito é que Deus tenha tudo de nós. A consequência é que tenhamos tudo dEle.

Tem uma frase de Valnice Milhomens em que ela afirmou: “Você nunca terá tudo de Deus enquanto Deus não tiver tudo de você”.

 

DESENVOLVIMENTO:

A LEI DA RECIPROCIDADE: Antes de detalhar a lei da reciprocidade na Bíblia, quero começar pela definição da palavra “reciprocidade”, que significa “o ato de ser recíproco”.

Por outro lado, a definição de recíproco é “o que se dá ou faz em recompensa de coisa equivalente; mútuo”.

Com isso em mente, observe o que Tiago declarou: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros...” Tg 4:8.

O que a Palavra de Deus nos revela nesse texto? A mensagem é clara: A ação divina é equivalente à humana.

A aproximação é mútua e proporcional. Isso é reciprocidade.

E podemos, diante disso, afirmar que o Senhor se move dentro dessa lei da reciprocidade.

Iremos ver pelas Escrituras, que a lei da reciprocidade afeta a intensidade do meu relacionamento com Deus e a dimensão das minhas conquistas nEle, ainda que não afete o seu plano e propósito para minha vida.

A verdade é que nossa atitude para com Deus é que determina como Deus, em contrapartida, irá nos tratar.

Observe a declaração divina: (1 Sm 2:30).

Quem decide se vai receber de Deus honra ou desprezo é o próprio homem, e não Deus.

Quando entendemos que dar honra ao Senhor significa receber honra de volta, e que desprezar ao Senhor significa ser desprezado de volta, entendemos que a escolha do tratamento a ser dado a Deus é nossa.

Nos dias do rei Asa, Deus enviou Azarias para anunciar a lei da reciprocidade ao reino de Judá: (2 Cr 15:1-2). A mutualidade foi claramente definida. Por quanto tempo Deus estaria com aquele povo? A escolha não era definida por Ele, e sim pelo próprio povo.

Observemos, portanto, a advertência divina, por meio de Moisés, destacando os castigos da desobediência dos israelitas a Deus: (Lv 26:23-24).

Vale ressaltar que a reciprocidade, em si mesma, não é boa nem ruim. É simplesmente uma contrapartida das nossas ações.

Se minha atitude para com Deus for negativa, então a consequência será igualmente negativa.

Se minha atitude para com Deus for positiva, então a consequência será igualmente positiva. Isso é fato incontestável!

Observe o que o Senhor disse ao rei Asa: (2 Cr 16:7-9). O rei de Judá estava diante de uma guerra a ser travada. Ele poderia ter experimentado uma grande intervenção divina, como já havia desfrutado no passado; bastava apenas que seu coração fosse totalmente do Senhor – pois, quando nos entregamos totalmente em confiança, podemos ver Deus “se entregando” totalmente em intervenções sobrenaturais. Porém a advertência divina foi que, diferentemente do ocorrido anteriormente, agora já não haveria intervenção celestial. O procedimento de Asa foi classificado: procedeste loucamente.

Dizer que a derrota foi determinada por Deus seria um grande equívoco. Asa só foi informado das consequências da sua própria atitude.

Passemos a outro texto bíblico que mostra que nossa atitude é que determina qual a revelação de Deus que teremos. (Sl 18:25-26).

Na Nova Versão Internacional – NVI, a expressão te mostras foi traduzida por te revelas. Isto é reciprocidade: com o benigno, benigno te mostras. A quem Deus irá revelar sua benignidade? A quem escolheu andar em benignidade! A quem Deus irá revelar sua integridade? A quem escolheu andar em integridade! A quem Deus irá revelar sua pureza? A quem escolheu andar em pureza! Porém, observe que ao perverso Deus se mostrará inflexível. Outra versão diz contrário. Mas porque Deus revelaria algo bom a uma pessoa e resistiria a outra? Discorreremos sobre esse assunto na próxima semana.

 

CONCLUSÃO:

Em sua obra “A vida crucificada: como viver uma experiência cristã mais profunda”, citada anteriormente, A. W. Tozer afirma: “Se você possui alguma coisa que Deus não pode ter, você nunca terá um avivamento”.

Como imaginar que podemos ter mais dEle, sem que Ele tenha mais de nós?

Isso fere não somente a lei da reciprocidade, como também nos impede de agradar a Deus.

terça-feira, 10 de outubro de 2023

15 A 21.10.2023 - UM DEUS EXIGENTE? (PARTE 3)

“O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo. O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra.” - Mateus 13:44-46.

 

INTRODUÇÃO:

Alguém, em determinada ocasião, me perguntou: - Quanto custa o reino de Deus? Respondi de imediato: - Tudo o que você tem!

A pessoa, surpresa, me questionou: - Mas não é de graça? E eu disparei: - É pela graça (um favor imerecido), mas não é sem custo!

Vamos examinar o que Jesus falou sobre esse assunto.

 

DESENVOLVIMENTO:

 

QUANTO CUSTA O REINO DE DEUS?

No texto em que lemos, o ensino é o mesmo nas duas parábolas.

Temos alguém que encontra algo muito valioso (o campo com o tesouro e a pérola) e, em ambos os casos, o texto diz que a pessoa vende tudo o que possui para adquirir o que encontrou.

É lógico que a Bíblia não está dizendo que compramos nossa entrada no reino de Deus. Mas está dizendo que isso nos custa tudo o que temos. Como é possível conciliar isso?

Voltando à conversa que mencionei anteriormente, ao responder que a entrada no reino de Deus é pela graça, mas não sem custom.

A mesma pessoa me questionou outra vez: - Você está querendo dizer que temos de comprar nossa entrada no reino?

Ao que respondi: - Não, você não compra nada.

Na verdade, você é quem é comprado! E passei, então, a explicar para essa pessoa a obra da redenção.

A Palavra de Deus nos revela que Jesus nos comprou para o Pai: (Ap 5:9).

A redenção pode ser vista como uma transação comercial, um ato de compra.

E as Escrituras nos revelam que a moeda de pagamento foi o próprio sangue de Cristo: (1 Pe 1:18-20). Qual é a consequência de termos sido comprados? Isso faz de Deus o nosso dono e faz de nós sua propriedade: (1 Pe 2:9). Não somos donos de nós mesmos.

Paulo explica isso aos coríntios. Depois de dizer que eles não poderiam entregar o corpo à imoralidade, o apóstolo apresenta a eles o motivo: (1 Co 6:19-20).

Como o resultado desse ato redentor de compra se torna realidade em nossa vida?

Sabemos que essa provisão salvadora nos é oferecida pela graça e se recebe mediante a fé (Ef 2:8-9).

Mas é importante ressaltar que a fé tem uma confissão – uma declaração verbal: (Rm 10:9-10). Portanto, além de crer com o coração, é necessário confessar com a boca, a fim de receber a salvação.

E aí surge outra questão: confessar o quê? A igreja moderna passou a pregar que precisamos confessar Jesus como Salvador. Mas não é isso que a Palavra de Deus diz. Ela diz que temos de confessar Jesus como Senhor! Mas Cristo não é nosso Salvador? Sim, mas esse não é o objetivo da nossa confissão, é o resultado.

A palavra “senhor” é fraca em nossa língua e cultura, mas língua e cultura dos tempos bíblicos, não. Era uma palavra que expressa algo maior do que costumamos mensurar hoje em dia. A palavra grega traduzida significa: “aquele a quem uma pessoa ou coisa pertence, sobre o qual ele tem o poder de decisão; mestre, senhor; o que possui e dispõe de algo; proprietário; alguém que tem o controle da pessoa.” Resumindo, era “um título de honra, que expressa respeito e reverência e com o qual servos tratavam seus senhores”. Era o reconhecimento de que ele nada era ou possuía; que em tudo ele era propriedade de seu senhor.

Depois de entender isso, precisamos entender por que a Bíblia nos manda confessar Jesus como Senhor.

Por trás dessa confissão é que se encontra a resposta de por que o reino de Deus custa tudo o que temos.

Ao confessar que Jesus é Senhor, estamos reconhecendo o direito que Ele tem de ser o nosso dono e a consequente condição de sermos sua propriedade.

No momento em que nos curvamos ao senhorio de Cristo, e o reconhecemos como nosso dono, estamos “desistindo” de possuir qualquer coisa ou mesmo de ser senhores de nós mesmos.

A única forma de entrar no Reino de Deus é mediante esse reconhecimento.

Portanto, não há duas opções de cristianismo: uma em que você entrega o que quer, e quando quer; e outra mais abnegada, em que você entrega tudo. Só existe a última!

E mais uma vez enfatizo: Deus não precisa ser Senhor sobre nossa vida e não necessita de nós como seus servos. Nós é que necessitamos estar debaixo de seu senhorio e da sua vontade!

 

CONCLUSÃO:

Quando mudarmos a forma de olhar para esse Deus maravilhoso, sem questionar o que pode parecer um alto padrão de exigência, reconhecendo o seu caráter inquestionável e nos dispondo a viver a mais profunda rendição e busca, tudo será diferente.