quarta-feira, 25 de outubro de 2023

29.10 A 04.11.2023 - A RECIPROCIDADE DE DEUS (PARTE 2)

“Para com o benigno, benigno te mostras; com o íntegro, também íntegro. Com o puro, puro te mostras; com o perverso, inflexível”. – Salmos 18:25-26

 

INTRODUÇÃO:

Mas porque Deus revelaria algo bom a uma pessoa e resistiria a outra?

Alguém, diante disso, poderia objetar: “Mas a Bíblia não diz que Deus não faz acepção de pessoas?” É verdade! Esse princípio aparece tanto na nova aliança (Rm 2:11), como na antiga aliança (Dt 10:17).

Contudo, isso não anula a lei da reciprocidade.

 

DESENVOLVIMENTO:

Voltando ao Salmo 18:25-26, citado há pouco, a qualquer um que escolher andar em benignidade, Deus igualmente revelará sua benignidade; a qualquer um que agir perversamente Deus se mostrará contrário. Não haverá acepção de pessoas.

Um não terá mais privilégios quanto à revelação da benignidade do que outro, embora desfrutar de uma intensidade diferente dessa revelação seja possível e diretamente proporcional à intensidade que a pessoa manifestou em sua atitude.

Certa ocasião, ouvi alguém dizer que o Senhor não faz acepção de pessoas, mas faz acepção de atitudes. Concordo plenamente! Quando a Bíblia diz que o Senhor se agradou de Abel (e da sua oferta), mas não se agradou de Caim (e da sua oferta), o foco não estava em quem as pessoas eram, e sim no que essas pessoas fizeram.

Essa é a razão de Deus questionar Caim: “Se procederem bem, não é certo que serás aceito?” (Gn 4:7).

A aceitação estava relacionada com o proceder de Caim, e não com sua pessoa. Por isso o Senhor também disse: “Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta” (Gn 4:7).

Em 2 Co 9:6 diz: “Lembrem-se: aquele que semeia pouco, TAMBÉM colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, TAMBÉM colherá fartamente”. A palavra destacada TAMBÉM indica a mutualidade, a reciprocidade.

Uma pequena semeadura produz uma colheita pequena. Uma grande semeadura produz uma colheita grande.

Deus não faz acepção de pessoas, o rico e o pobre são iguais aos olhos de Deus, não há distinção entre eles.

Mas e a diferença entre o que colhe pouco e o que colhe muito?

O que se vê, nesse caso, não é acepção de pessoas, e sim de atitudes. Quem escolheu quanto plantar foi o homem, e não Deus.

Quem provocou a colheita diferenciada foi o homem, e não Deus.

O criador apenas estabeleceu a lei espiritual, mas é o homem que decide como vai usá-la. Deus não vai, de modo algum, anular essa lei da reciprocidade, por Ele mesmo instituída, pois, se por um lado Ele não faz acepção de pessoas, por outro, Ele o faz de atitudes.

É imperativo entender que nosso comportamento afeta o nosso relacionamento com Deus.

Não estou dizendo que Deus seja volúvel e mude de acordo com as nossas atitudes.

Temos de separar aquilo que Deus é, da forma que Ele interagirá conosco.

Nosso comportamento não muda o que Deus é. A maior prova disso está na declaração de Paulo a Timóteo: (2 Tm 2:13).

Ou seja, meu comportamento de infidelidade não muda o caráter da fidelidade de Deus. Por quê? Porque Ele não pode negar a si mesmo. Então isso não é contraditório? De forma alguma! Minhas atitudes não mudam o que Deus é, mas afetam a maneira como Ele se revelará a nós.

Observe os versículos em (2 Tm 2: 11-12).

A lei da reciprocidade aparece claramente. Haverá mutualidade no comportamento divino? Com certeza!

A infidelidade que leva o homem a negar a Deus gerará uma recíproca da negação da parte de Deus para com o homem; isso é reciprocidade. A diferença é que o comportamento humano está expressando quem o homem é, enquanto a reação divina não está expressando quem Deus é; isso é identidade. Esta é uma das maneiras do Senhor dizer aos homens: “O que vocês estão vivendo não é, necessariamente, a minha vontade, tampouco a revelação de quem Eu sou. Trata-se apenas das consequências das suas escolhas e atitudes”.

As pessoas confundem as coisas. Já vi gente dizendo que Deus não irá revelar mais de si a uns do que a outros, tampouco abençoar mais a uns do que a outros, uma vez que ama a todos igualmente. Mas o fato é que os resultados que vivemos não são determinados de forma unilateral pelo Senhor.

Por exemplo, desde a antiga aliança, Deus revelou um princípio: obediência atrai benção (Dt 28:1-14), e desobediência atrai maldição (Dt 28:15-68). Não podemos responsabilizar Deus pelas bênçãos ou maldições que as pessoas experimentam ao longo da narrativa bíblica (e ainda hoje experimentam). O criador estabeleceu a lei espiritual, mas quem escolhe provocar a benção por meio da obediência ou a maldição por meio da desobediência são as pessoas, e não Deus!

 

CONCLUSÃO:

O fato de que todos são igualmente amados pelo Pai celestial (e possuem o mesmo valor diante dEle), não nivela o relacionamento das pessoas com Deus.

Os que são igualmente amados pelo Senhor podem viver diferentes níveis de entrega e rendição em seu relacionamento com Ele.

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