terça-feira, 3 de outubro de 2023

08 A 14.10.2023 - UM DEUS EXIGENTE? (PARTE 2)

“Grandes multidões o acompanhavam, e ele, voltando-se, lhes disse: Se alguém vem a mim e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmãos, e irmãs e ainda a sua própria vida, NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO. E qualquer que não tomar a sua cruz e vier após mim NÃO PODE SER MEU DISCÍPULO.” - Lucas 14: 25-27

 

INTRODUÇÃO: Alcançar aquele nível de busca em que nada mais importe não é opcional. É o padrão divino para todo crente em Jesus. Às vezes somos levados a acreditar que aqueles que cumprem o padrão de busca apaixonada são os que poderíamos classificar como crentes “especiais”, enquanto aqueles que não cumprem o padrão seriam classificados como crentes “normais”. Grande engano!

 

DESENVOVIMENTO:

 

CALCULANDO O CUSTO: Jesus ensinou que quem não toma a sua cruz, não pode ser seu discípulo! Ou se toma a cruz e é um discípulo de Cristo, ou não se toma a cruz e não é um discípulo de Cristo.

Não tem outra forma de ver isso. Como disse François Fénelon: “Não há outra forma de viver a vida cristã, a não ser mediante uma contínua morte para o eu”.

É importante observar também que, depois de classificar quem é e quem não é discípulo, na sequência de seu ensino o Senhor Jesus nos mostra que todos deveriam aprender a calcular o custo antes de se lançar em qualquer empreitada: (Lc 14:28-33).

Cristo está mostrando, por meio desse exemplo, que é necessário calcular quanto custa ser seu discípulo antes de nos dedicarmos a esse projeto.

O Senhor Jesus nos mostra que, à semelhança da edificação de uma torre, há aqueles que entram na caminhada cristã ignorando completamente o custo necessário para chegar até o fim. Não concluem a construção porque entraram nela completamente despreparados para o custo que os aguarda.

A essência da mensagem tem a ver com por que temos de fazer as contas.

A conclusão, o ponto central desse ensino de Cristo, é que é melhor não começar do que começar sem ter condições de concluir a empreitada! A que isso nos remete?

 

À semelhança daqueles que começaram a construir a torre e não puderam concluir, temos muitos cristãos, ao longo da história e, em especial, em nossos dias, que não completam a carreira cristã. E, assim como foi dito na parábola, o projeto acaba se tornando alvo de zombaria.

O evangelho sofre escárnio e até descrédito por conta da nossa ignorância do que é, de fato, ser um cristão. Muitos abraçam o evangelho pensando apenas naquilo que podem lucrar com a sua decisão.

Infelizmente, a negligência da igreja começa a partir da nossa própria pregação e ensino, em nossa apresentação do cristianismo, que tem se tornado cada vez mais, focada nos benefícios que as pessoas podem ter – em detrimento do preço que elas terão de pagar.

Preço? Você falou em preço a ser pago na vida cristã? Eu não, quem falou foi Jesus! O conflito que esse conceito gera se deriva de uma visão incompleta dos princípios bíblicos.

Ultimamente muita gente tem afirmado que “quem entende a graça sabe que não há lugar para esforço na vida cristã”.

Quando chegamos a Cristo, recebemos uma salvação que é pela fé, e não por obras (Ef 2:8-9). Não há mérito algum em nós e nada que possamos fazer que nos qualifique a receber a salvação como se ela fosse algum tipo de recompensa.

 

Porém, uma coisa é dizer que nossos esforços não nos fazem merecedores – o que é fato – e outra coisa é dizer que eles não são necessários e que não podem, em hipótese alguma, interagir com a graça. O próprio Cristo afirmou: Lc 13:24. Se não há necessidade de esforço, por que Jesus exigiria isso de nós? A graça não é uma obra unilateral da parte de Deus. O acesso à graça é por meio da fé (Rm 5:2). Se eu não crer, não acesso os depósitos da graça. Portanto, a graça não apenas age em nossa vida; ela reage ao nosso comportamento de fé. E essa fé não apenas se expressa somente por meio de palavras (Rm 10:9-10), mas também por meio de obras (Tg 2:17-18).

 

As recomendações bíblicas sobre diligência, dedicação e esforço são abundantes no Novo Testamento. Embora elas não nos façam merecedores de Deus ou de seu reino, não significa, em absoluto, que não mereçam nossa diligência, dedicação e esforço. (Significado de diligência: “cuidado ou atenção redobrada; solicitude; zelo; agilidade; prontidão, etc.”).

Observe a instrução do apóstolo Pedro: 2 Pe 1:10. A direção é clara e específica, reunir toda a diligência. Não parte dela, mas ela toda! E depois de empregarmos o que já temos, ainda precisamos crescer para aquele nível de dedicação que ainda não temos, ou seja, uma diligência cada vez maior.

 

CONCLUSÃO: Precisamos notificar as pessoas à respeito do custo antes mesmo de elas começarem a caminhada cristã. Nossa geração tem recebido um “evangelho transgênico” que apresenta muito bem os direitos do homem na aliança com Deus, mas se recusa a apresentar os deveres do homem no relacionamento com o Senhor.

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