Propiciação e substituição
 
Estas duas verdades estão ligadas ao valor do sacrifício de  Cristo. 
Ambas são preciosíssimas e diferentes entre si. 
I João 2:2 é  uma declaração explícita da primeira: "Ele [Jesus Cristo] é a propiciação pelos  nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo  inteiro". 
O Senhor Jesus Cristo, mediante sua grandiosa obra de sofrimento pelos  pecados, o Justo pelos injustos, vem a ser, ele mesmo, a propiciação que  corresponde às reivindicações de Deus e que o satisfaz perfeitamente no tocante  à questão do pecado.
Seu sacrifício é suficiente para possibilitar que Deus receba e  perdoe cada pecador debaixo do céu que vá receber o Senhor Jesus. Cristo não é  somente a propiciação "por nossos pecados" (os dos crentes), mas também pelos de  todo o mundo. Ele morreu por causa dos pecados de toda a humanidade. A expressão  "não somente pelos nossos" indica claramente que a propiciação é para os pecados  dos outros também, isto é, as pessoas do mundo inteiro.
Essa mesma verdade da propiciação fica evidente em 1 Coríntios  15:1-4. O evangelho que Paulo pregava e pelo qual os coríntios foram salvos era  "que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi  sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras". Paulo lhes  disse que Cristo morreu por nossos pecados"; isto foi antes deles serem salvos:  na verdade este foi o meio da salvação deles. Portanto, é correto dizer ao mundo  todo: "Cristo morreu pelos nossos pecados". Segunda aos Coríntios 5:15 insiste:  "Ele morreu por todos", e o motivo da necessidade disso é o pecado de todos.
Por ser verdade isso, alguns acreditam que é correto supor que  todos são, portanto, perdoados. Isso porque confundem a verdade da propiciação  com outra verdade que lhe é paralela, a verdade da substituição. 
Esta  palavra não se encontra nas Escrituras, mas a verdade definida por ela sim. O  fato de que "Cristo morreu por nós todos" não significa que todos estejam  salvos. 
Na verdade, a conclusão das Escrituras é: Se "um morreu por todos, logo  todos morreram" (2Co 5:14). 
Uma vez que era necessário que um morresse por  todos, isso significa simplesmente que todos estavam "mortos em transgressões e  pecados" diante de Deus. Isso é propiciação, não substituição.
Hebreus 9:28 afirma: "Cristo, tendo-se oferecido uma vez para  sempre para tirar os pecados de muitos". Isto agora é substituição. Ele não  carregou os pecados de todos, mas "de muitos", aqueles que realmente  confiaram nele como Salvador. "A todos quanto o receberam, deu-lhes o poder de  serem feitos filhos de Deus; a saber: os que crêem no seu nome" (João 1:12). 
Dizer que Cristo carregou nossos pecados é completamente diferente de  dizer que ele morreu por nossos pecados. 
A primeira afirmação é  verdadeira apenas para os crentes, a segunda é para todos os homens. Primeira de  Pedro 2:24, escrita para crentes, nos diz: "Carregando ele mesmo em seu  corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados". Quando alguém recebe o Senhor Jesus,  pode ter, a partir desse momento, essa preciosa certeza, mas antes não. Os  maravilhosos dizeres de Isaías 53:5-6 só se aplicam aos crentes: "Pelas suas  pisaduras fomos sarados" e "O Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos  nós".
Portanto, Deus foi propiciado no tocante ao mundo inteiro. 
Consequentemente, a mensagem do evangelho "para todo aquele que vier" pode ser  proclamada a todos, mas os seus benefícios são conhecidos apenas dos que recebem  Cristo como seu Substituto. 
Vejam, portanto, que essas duas verdades devem ser  mantidas distintas, ainda que ambas sejam tão profundamente valorizadas por  aquele que é filho de Deus.
FONTE: http://www.pilb.t5.com.br/
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