segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

PROCESSO PARA ESCOLHA DE UM PAPA

Bento XVI anunciou hoje, em Roma, a sua resignação ao pontificado, com efeito a partir das 20h do dia 28 de Fevereiro.

Cabe agora aos colégio dos cardeais eleger um novo Papa para guiar a Igreja Católica. A partir da data anunciada convergirão em Roma todos os príncipes da Igreja que possam fazer a viagem para, em conclave, eleger o Bispo de Roma, Vigário de Cristo, Sucessor do Príncipe dos Apóstolos, Sumo Pontífice da Igreja Universal, Primaz de Itália, Arcebispo e Metropolita da Província Romana, Soberano da Cidade Estado do Vaticano e Servo dos Servos de Deus.


Quem pode escolher? 

O Papa é eleito pelos cardeais eleitores, isto é, os cardeais que tenham menos de 80 anos.

Quem pode ser escolhido? 

Qualquer homem baptizado e em comunhão com a Igreja Católica pode, em teoria, ser eleito Papa. Há mais de 600 anos, contudo, que os cardeais escolhem um dos seus. O último Papa escolhido de fora do colégio dos cardeais foi Urbano VI no século XIV. Mais recentemente foi noticiado que no Consistório de 1958 o Arcebispo de Milão, Giovanni Montini, recebeu vários votos, apesar de não ser Cardeal. Contudo ele foi imediatamente nomeado cardeal por João XXIII, e viria mesmo a sucedê-lo na eleição seguinte.

Como se dá a votação?

Na manhã designada para começar o conclave os cardeais celebram missa na Basílica de São Pedro. Nessa tarde encontram-se e vão em procissão até à Capela Sistina, entoando o cântico “Veni Creator Spiritus”. Antes de começar a eleição todos os presentes juram respeitar as normas estabelecidas para o processo; defender a liberdade da Santa Sé em caso de serem eleitos; manter segredo sobre o que se passa no conclave e ignorar quaisquer pressões de autoridades seculares na votação.

Os participantes no conclave estão proibidos de comunicar, ou receber qualquer informação do exterior, mesmo sob forma de imprensa.

Na tarde do primeiro dia realiza-se uma ronda de votação seguida, caso não seja conclusiva, de quatro rondas por dia nos dias subsequentes, duas de manhã e duas à tarde. É necessária uma maioria de dois terços para eleger o Papa.

Se ao fim de três dias não houver um novo Papa, as votações são suspensas por um dia para recolhimento e oração, e para que o Cardeal-Diácono mais antigo se possa dirigir aos presentes.

Sete rondas mais tarde, caso ainda não haja Papa o processo é novamente interrompido. Desta feita é o Cardeal-Padre mais antigo que se dirige aos presentes. Na interrupção seguinte será o Cardeal-Bispo mais antigo. Se mesmo assim não houver entendimento, a próxima interrupção será para oração, meditação e diálogo, e na ronda seguinte apenas serão colocados a votação os dois nomes que tenham obtido mais votos. Caso sejam cardeais eleitores (o cenário mais provável), estes dois não poderão votar. Chegado a esta situação, basta uma maioria simples para determinar o próximo Papa.

Apresentação do novo Papa

Uma vez eleito um candidato, o decano do Colégio dos Cardeais, ou um seu representante caso o decano tenha ultrapassado os 80 anos, pergunta ao candidato eleito se aceita a responsabilidade. Pode recusar, mas é raro. Se disser que sim, e caso seja bispo, é imediatamente apresentado como Papa. É nesta altura que o novo Papa escolhe um nome.
Caso ainda não seja bispo (há alguns cardeais que são apenas padres), deve ser ordenado bispo pelo decano e só depois apresentado como Papa. No caso raríssimo de se eleger um leigo, este será ordenado diácono, depois padre, depois bispo e só então apresentado como Papa.

Nesta altura os boletins de voto são queimados. É adicionado um químico para que o fumo saia branco. Este fumo, que pode ser observado da Praça de São Pedro é um dos sinais de que existe um novo Papa. Outro sinal é o tocar dos sinos a rebate.

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