segunda-feira, 4 de março de 2024

10.03 A 16.03.2024 - VIVENDO DE APARÊNCIA – PARTE 2

TEXTO: “Respondeu-lhes: Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens.” – Marcos 7:6-7

INTRODUÇÃO: O ser humano, como já afirmamos, é extremamente focado na aparência. Conforme vimos em Marcos 7.6,7, ele consegue louvar a Deus com um coração distante somente para manter a aparência de devoção, ainda que esta seja superficial, fingida ou até mesmo inexistente.

DESENVOLVIMENTO:

JESUS CONFRONTA A VIDA APARENTE: O livro de Atos, detalhando um momento importante da igreja em seu início, relata a história de Ananias e Safira, um casal que estava mais preocupado em que as pessoas o vissem dando uma grande oferta do que com a atitude correta de agradar e obedecer ao Deus a quem eles ofertavam (At 5:1-11). Um triste e lastimável fato que não se limita só à vida desse casal! O Senhor Jesus nos instruiu em relação a isso, para que nos guardássemos de cair nesse tipo de armadilha: (Mt 6:1-4). Em outras palavras, o mestre advertia: “Não procure aparecer com o que você faz, senão sua recompensa se limitará a tão somente ser visto e reconhecido pelos homens. Haja discretamente, buscando agradar só a Deus e, assim, você guardará o seu coração de uma atitude errada, de uma vida aparente. E isso trará a recompensa divina a você!”

Observe que a intenção do ato de dar esmolas é claramente revelado na frase a fim de serem honrados pelos outros. E Cristo não falou acerca disso somente quando falava das esmolas, mas também ao ensinar sobre as orações e os jejuns: (Mt 6:5, 16-18). Obviamente, Jesus não estava nos proibindo de compartilhar com alguém uma experiência de jejum. Até por que ele mesmo também fez isso; do contrário, como ficaria o fato de os Evangelhos nos contarem acerca de seu jejum de quarenta dias? O erro não está no que fazemos e tampouco se contamos ou não aquilo que fazemos. A questão é o anseio de promover essa aparência de espiritualidade quando resolvemos anunciar aquilo que fazemos. Nós valorizamos demais a casca, a embalagem. Mas a verdade é que a forma não é tão importante quanto a essência. Veja o que o apóstolo Paulo ensinou aos coríntios: (2 Co 4:6). A essência (o tesouro interior) é o que tem valor. A embalagem em que ela se encontra (o vaso de barro) não tem a mesma importância. Quem deve receber destaque é o Senhor e seu poder, não a gente! Jesus não estava dizendo que nunca podemos ser vistos ou reparados pelos homens. Isso é inevitável. O que não podemos é desejar ser vistos ou esforçar-nos para estar em evidência. Isso deveria ser só uma consequência, um mero efeito colateral.

A RELIGIOSIDADE É PIOR QUE A IMORALIDADE: A religiosidade é algo tão perverso, tão espiritualmente venenoso, que, ao observar o ensino do Senhor Jesus, entendemos que ela pode ser pior até mesmo do que a imoralidade. Sim, é isso mesmo que estou afirmando. E por quê? Porque, diferentemente dos demais pecadores, o religioso, por sua aparência de piedade, é um pecador vacinado contra o arrependimento! Lemos na Bíblia que a perversa cidade de Sodoma teria se aberto ao ministério de Jesus e sua pregação de arrependimento, enquanto os judeus de seus dias, não. (Mt 11:23). Cafarnaum, lugar onde Cristo operou tantos milagres, terá juízo mais rigoroso que Sodoma! Por quê? Porque diante de milagres como os que Jesus operou, os piores pecadores de Sodoma tinham maior possibilidade de arrependimento. Pior do que um pecador (por mais terrível que seja) só mesmo um outro pecador que é vacinado contra o arrependimento. É isso que a religiosidade faz: bloqueia os pecadores contra o arrependimento. Ela promove um senso de justiça baseado na vida aparente que, por sua vez, o cega para a sua real condição espiritual. (Mt 21:28-32). Aprendemos a falar e nos comportar com ares de bons cristãos e, com isso, encobrir nossa desobediência.

Note que a Bíblia diz em (Tg 1:22-25), que aquele que não pratica a palavra engana a si mesmo. Essa pessoa não está enganando os outros, tampouco a Deus. Ela está enganando a si mesma! Muitos acreditam que, por demonstrarem aparência de piedade ao frequentar os cultos ou estudar a Bíblia sozinhos, alcançarão um lugar em Deus, mas isso não é verdade. A única coisa que legitima nossa entrada no reino de Deus é o reconhecimento do senhorio de Jesus; e este, por sua vez, só se evidencia por meio da obediência e sujeição total a Cristo. Na parábola de Jesus, compreendemos que o segundo filho, que a princípio rebela-se contra as ordens do Pai e depois arrepende-se de sua atitude e muda sua postura para a obediência, é quem agrada a Deus.

Uau! Jesus comparou o primeiro filho com os religiosos de sua época e o segundo, com as prostitutas, o que me faz concluir que a religiosidade chega a ser pior do que a imoralidade. Quem está no pecado, sabe que está errado e que tem de mudar, mas o problema do religioso é que, por sua aparência de piedade, ele se acha justo e perfeito.

CONCLUSÃO:

Conclui-se, então, que de nada adianta passar horas sentado na igreja, ouvindo a Palavra de Deus, agindo como quem diz sim a tudo que nosso Pai celestial nos pede, se depois não se faz o que ele nos ordenou.

A aparência de obediência não está entre os pecadores; está entre os religiosos.

Já a verdadeira obediência nem sempre está com eles!

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