“O reino dos céus é semelhante a um tesouro oculto no campo, o qual certo homem, tendo-o achado, escondeu. E, transbordante de alegria, vai, vende tudo o que tem e compra aquele campo. O reino dos céus é também semelhante a um que negocia e procura boas pérolas; e, tendo achado uma pérola de grande valor, vende tudo o que possui e a compra.” - Mateus 13:44-46.
INTRODUÇÃO:
Alguém, em determinada ocasião, me perguntou: - Quanto custa o reino
de Deus? Respondi de imediato: - Tudo o que você tem!
A pessoa, surpresa, me questionou: - Mas não é de graça? E eu
disparei: - É pela graça (um favor imerecido), mas não é sem custo!
Vamos examinar o que Jesus falou sobre esse assunto.
DESENVOLVIMENTO:
QUANTO CUSTA O REINO DE DEUS?
No texto em que lemos, o ensino é o mesmo nas duas parábolas.
Temos alguém que encontra algo muito valioso (o campo com o tesouro e
a pérola) e, em ambos os casos, o texto diz que a pessoa vende tudo o que
possui para adquirir o que encontrou.
É lógico que a Bíblia não está dizendo que compramos nossa entrada no
reino de Deus. Mas está dizendo que isso nos custa tudo o que temos. Como é
possível conciliar isso?
Voltando à
conversa que mencionei anteriormente, ao responder que a entrada no reino de
Deus é pela graça, mas não sem custom.
A mesma pessoa
me questionou outra vez: - Você está querendo dizer que temos de comprar nossa
entrada no reino?
Ao que
respondi: - Não, você não compra nada.
Na verdade, você é quem é comprado! E passei, então, a explicar para essa pessoa a obra da redenção.
A Palavra de
Deus nos revela que Jesus nos comprou para o Pai: (Ap 5:9).
A redenção pode
ser vista como uma transação comercial, um ato de compra.
E as Escrituras
nos revelam que a moeda de pagamento foi o próprio sangue de Cristo: (1 Pe
1:18-20). Qual é a consequência de termos sido comprados? Isso faz de Deus o
nosso dono e faz de nós sua propriedade: (1 Pe 2:9). Não somos donos de nós
mesmos.
Paulo explica
isso aos coríntios. Depois de dizer que eles não poderiam entregar o corpo à
imoralidade, o apóstolo apresenta a eles o motivo: (1 Co 6:19-20).
Como o
resultado desse ato redentor de compra se torna realidade em nossa vida?
Sabemos que
essa provisão salvadora nos é oferecida pela graça e se recebe mediante a fé
(Ef 2:8-9).
Mas é
importante ressaltar que a fé tem uma confissão – uma declaração verbal: (Rm
10:9-10). Portanto, além de crer com o coração, é necessário confessar com a
boca, a fim de receber a salvação.
E aí surge outra questão: confessar o quê? A igreja moderna passou a pregar que precisamos confessar Jesus como Salvador. Mas não é isso que a Palavra de Deus diz. Ela diz que temos de confessar Jesus como Senhor! Mas Cristo não é nosso Salvador? Sim, mas esse não é o objetivo da nossa confissão, é o resultado.
A palavra
“senhor” é fraca em nossa língua e cultura, mas língua e cultura dos tempos
bíblicos, não. Era uma palavra que expressa algo maior do que costumamos
mensurar hoje em dia. A palavra grega traduzida significa: “aquele a quem
uma pessoa ou coisa pertence, sobre o qual ele tem o poder de decisão; mestre,
senhor; o que possui e dispõe de algo; proprietário; alguém que tem o controle
da pessoa.” Resumindo, era “um título de honra, que expressa respeito e
reverência e com o qual servos tratavam seus senhores”. Era o reconhecimento de
que ele nada era ou possuía; que em tudo ele era propriedade de seu senhor.
Depois de
entender isso, precisamos entender por que a Bíblia nos manda confessar Jesus
como Senhor.
Por trás dessa
confissão é que se encontra a resposta de por que o reino de Deus custa tudo o
que temos.
Ao confessar
que Jesus é Senhor, estamos reconhecendo o direito que Ele tem de ser o nosso
dono e a consequente condição de sermos sua propriedade.
No momento em que nos curvamos ao senhorio de Cristo, e o reconhecemos como nosso dono, estamos “desistindo” de possuir qualquer coisa ou mesmo de ser senhores de nós mesmos.
A única forma
de entrar no Reino de Deus é mediante esse reconhecimento.
Portanto, não
há duas opções de cristianismo: uma em que você entrega o que quer, e quando
quer; e outra mais abnegada, em que você entrega tudo. Só existe a última!
E mais uma vez
enfatizo: Deus não precisa ser Senhor sobre nossa vida e não necessita de nós
como seus servos. Nós é que necessitamos estar debaixo de seu senhorio e da sua
vontade!
CONCLUSÃO:
Quando mudarmos
a forma de olhar para esse Deus maravilhoso, sem questionar o que pode parecer
um alto padrão de exigência, reconhecendo o seu caráter inquestionável e nos
dispondo a viver a mais profunda rendição e busca, tudo será diferente.
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