sábado, 2 de março de 2013

PAPA JOÃO PAULO I - MITOS E VERDADES QUE VÃO PERDURAR ATÉ A ETERNIDADE

O Papa João Paulo I, nascido Albino Luciani (Forno di Canale, 17 de outubro de 1912) é oriundo de família humilde.

Era filho de Giovanni Luciani, um modesto operário de uma fábrica de vidros e de BortolaTancon, uma boa católica como era conhecida.

Como temiam pela sua vida, ele foi batizado no mesmo dia, pela própria parteira, em sua casa.

Seu pai era um militante socialista e sua mãe uma simples doméstica.

Foi Dona Bortola que com muito esforço conseguiu encaminhar os primeiros passos escolares do filho.

Em outubro de 1928 Albino entrou no seminário gregoriano em Belluno e tornou-se sub-diácono em 1934.

Foi ordenado para o sacerdócio, na Igreja de São Pedro de Belluno em 7 de julho do ano seguinte, assumindo dois dias depois a paróquia de Canale d 'Agordo.

Porém, não ficou muito tempo ocupando esta posição, logo em 18 de dezembro foi chamado para ser instrutor de religião no Instituto Técnico para Mineiros. Falam os comentaristas que sua popularidade começou aí.

Dono de um sorriso ímpar, ele falava as coisas mais sérias e contundente sempre com um sorriso amoroso nos lábios.

Característica que o acompanhou por toda a vida e que fazia com que suas palavras inspirassem e animassem todas as pessoas que dele se aproximavam.

Governou a Santa Sé durante apenas 33 dias, entre 26 de agosto de 1978 até a data da sua morte, em 28 de setembro de 1978.

Tornou-se rapidamente conhecido na Cúria Romana pelo apelido de "Papa do Sorriso", por sua afabilidade.

Foi o primeiro Papa desde Clemente V a recusar uma coroação formal, cerimónia não oficialmente abolida, ficando a cargo do eleito escolher como quer iniciar seu pontificado.

Contudo, desde então, os papas eleitos têm optado por uma cerimônia de "início do pontificado", com a respectiva entronização e o juramento de fidelidade.

Também foi pioneiro ao adotar um nome papal duplo.

Seu nome papal duplo foi uma homenagem aos seus dois antecessores, Paulo VI e João XXIII.

Antes de ser Papa, Luciani foi Patriarca de Veneza e não tinha ambição alguma, nunca tendo sonhado em ser papa.

Foi o primeiro Papa a nascer no século XX.

O momento de sua morte, apenas um mês depois de sua eleição para o papado, e alegadas dificuldades do Vaticano com os procedimentos cerimoniais e legais, juntamente com declarações inconsistentes feitas após a morte, fomentaram várias teorias da conspiração.

Para o escritor inglês David Yallop, autor do livro "Em Nome de Deus" – (uma investigação do assassinato do papa João Paulo I), Albino Luciani teria sido eleito PAPA pelos conservadores simplesmente para cumprir ordens.

Mas, ao demonstrar carisma, liderança e, principalmente, disposição para reformar os quadros e interferir no comando do Banco do Vaticano, teria despertado o receio de determinado grupo de prelados.

John Cornwel quem investigou mais seriamente o episódio e deu consistência à trama no Livro "Um Ladrão na Noite".

Ex-seminarista, Cornwel foi estimulado pela própria Igreja a produzir uma obra conclusiva que pudesse desmantelar as teorias conspiratórias sobre a morte do papa.

Mas, para o desespero do Vaticano, manteve a dúvida no ar: “João Paulo quase com certeza morreu de embolia pulmonar. Necessitava de descanso e medicação. Se estes tivessem sido receitados, ele provavelmente teria sobrevivido. As advertências de uma doença mortal estavam claras, à vista de todos. Pouco ou nada foi feito para socorrê-lo”.

UM PAPA COM UM PROJETO REVOLUCIONÁRIO:

A Cúria estava acostumada a um Papa que conhecia o seu lugar, que atuava através dos canais burocráticos. Mas aquele Papa circulava por toda parte, se intrometia em tudo, e a pior de tudo, queria fazer mudanças.

Ironicamente, nas três primeiras semanas de seu Pontificado, Albino Luciani já dera os primeiros passos significativos para inverter a posição da Igreja Católica na questão do controle artificial da natalidade.

Para Luciani, Cor Unum (Conselho Pontifical) era um elemento vital em sua filosofia de que as finanças do Vaticano deveriam ser inspiradas pelo Evangelho.

O clero de Veneza afiançava que lá ele havia vendido bens da Igreia para ajudar os pobres.

Estava determinado a levar a Igreja de volta a suas origens, de volta à simplicidade, honestidade, ideais e aspirações de Jesus Cristo.

Segundo algumas pessoas próximas, estava determinado a vender os bens da Igreia para ajudar os pobres.

Luciani já causara consternação entre os oficiais da Guarda Suiça ao conversar com homens de sentinela e também pedir que se abstivessem de ajoelhar-se cada vez que se aproximava. Ele comentou para o Padre Magee: — Quem sou eu para que se ajoelhem na minha presença?

Humilde, não se sentia confortável com a frequência de sua aparição na televisão e todos os domingos na sacada para o Angelus. Disse, também, o quanto detestava a idéia de ser virtualmente carregado nos ombros de outros homens.

Sua caridade lhe rendera até o apelido de "papa do Terceiro Mundo", de parte sobretudo dos animados bispos latino-americanos.

Preferia ser chamado de Pastor ao invés de Pontífice.

Suas palavras eram simples, para desespero dos intelectuais. Gostava de ilustrar seus sermões com história do povo.

Outros, antes dele, tiveram o mesmo sonho, mas ninguém se mostrou tão determinado como ele, para surpresa de muitos!

E isso, segundo uma corrente de historiadores, teria lhe custado a própria vida.

FONTES:
- Livro "Um Ladrão na Noite" de John Cornwel
- Livro "Em Nome de Deus" de David Yallop
- Wikipédia, a enciclopédia livre.


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