Zé Renato foi eleito com 39.319 votos. Qualquer candidato que se preze busca, durante o período de campanha eleitoral, o apoio de figuras políticas importantes e influentes que possam ajudá-lo a vencer uma eleição.
Isso é comum em qualquer parte do mundo. Sérgio Cabral e Lula, por exemplo, estão ‘em alta’. Aécio Neves e José Serra também. Tanto que todos foram ‘intimados’ a dar depoimentos favoráveis a centenas de candidatos a prefeito do Estado do Rio. Em Barra Mansa, o prefeito eleito, Zé Renato (PMDB), não fez diferente. Seus adversários também não.
Só que Zé Renato, mesmo tendo conseguido expressivos 39.319 votos nas eleições do dia 5 de outubro, corre o risco de perder o cargo que conquistou para o segundo colocado, Ademir Melo (PSDB), que obteve 26.037 votos. Entre os dois, há uma diferença enorme de 13.282 votos. Número que o plenário do TRE, no Rio, não quis saber ao decidir na noite de quinta, 23, por três votos a dois, negar a diplomação de Zé Renato como prefeito.
Segundo os juízes do TRE, no dia 27 de agosto, Zé Renato teria veiculado no horário eleitoral gratuito uma propaganda em que aparece ao lado de Sérgio Cabral, no Palácio Guanabara. Na propaganda, Cabral comentava sobre a inauguração da Unidade de Pronto Atendimento 24 horas (UPA) de Barra Mansa e pedia votos para Zé Renato, dizendo que a cidade “teria um salto dequalidade na Saúde com a eleição” do candidato. Na época, o fato já tinha causado confusão. Tanto que a Justiça Eleitoral havia aplicado a Zé Renato uma multa de 20 mil UFIRs – o equivalente acerca de R$ 21.200,00 –, e uma de 15 mil UFIRs à coligação da qual faz parte.
Na semana passada, o TRE , através do relator do recurso, o juiz Célio Salim Thomaz, havia votado pela manutenção da sentença expedida pela juíza da 203ª Zona Eleitoral de Barra Mansa, Cristiane Tomaz Buosi. Osdesembargadores Luiz Fernando Francisco e Maria Helena Cisne concordaram e acompanharam o relator na decisão.
Mas uma reviravolta aconteceu: o juiz Luiz Márcio Pereira pediu vistas doprocesso e suspendeu o julgamento. Na sessão de quinta, o juiz retomou o voto e pediu que, além da manutenção das multas, Zé Renato não fosse diplomado prefeito.
De acordo com a Justiça, a declaração de Sérgio Cabral na propaganda veiculada por Zé Renato “fere a igualdade do pleito”. A desembargadora Maria Helena Cisne, então, anunciou que mudaria seu voto e negaria o diploma a Zé Renato, eleito em Barra Mansa com 39,43% dos votos válidos.
Procurado pelo aQui na tarde de ontem, sexta, 24, Zé Renato garantiu que já está tomando providências. “Ainda cabe recurso no TRE. Estamos preparando tudo dentro do prazo hábil e vamos aguardar a decisão do recurso”, disse Zé Renato, garantindo que, se preciso for, recorrerá ao TSE e, depois, até o Supremo Tribunal Federal.
Sem esconder a indignação, ele disse achar muito ‘estranho’ que as coisas tenham acontecido desta forma. “Estou surpreso também. Primeiro teve a multa, e de repente mudam o foco e impedem a diplomação. Não me cabe discutir a decisão da Justiça, mas estou muito indignado, embora acredite que essa situação possa ser revertida”, explicou.
Evitando polemizar, Zé Renato disse que prefere não acreditar que alguém esteja orquestrando a situação contra ele. “Mas que causa estranheza, causa. Ainda não tive acesso ao processo, mas estou achando tudo muito estranho.
A vontade da população de Barra Mansa foi mostrada nas urnas, no dia 5. A população mostrou quem eles querem para prefeito nos próximos quatro anos”, analisa ele, dizendo que, como é um homem de muita fé, está confiando em Deus para que tudo se resolva o mais breve possível.
“Coloquei minha campanha nas mãos de Deus, pedindo a Ele que iluminasse as pessoas para que votassem com convicção e consciência. Tenho fé em Deus e acho que Ele vai reverter a situação.
Vai prevalecer a vontade do povo”, comenta Zé Renato, deixando um recado para seus eleitores:
“Orem para que a Justiça Prevaleça."
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