quarta-feira, 9 de abril de 2014

Erotização Infantil

Testemunhamos importantes transformações tecnológicas que impulsionaram mudanças sociais e psicológicas. Com isso, ser criança hoje é bem diferente de ter sido criança poucas décadas atrás. Incorporados à sociedade de consumo, os pequenos hoje podem desejar e consumir calçados e roupas de grife, itens antes privativos de adultos.

A sexualidade não é mais restrita aos espaços privados. Ela está sendo servida não só nas TVs, mas também em outdoors, na Internet e nos impressos. A TV acaba sendo transformada numa conveniente ‘babá eletrônica’, que mantém os filhos quietos, enquanto os pais trabalham ou se ocupam com os afazeres domésticos. A modernidade, com a velocidade nas mudanças e crescente exigência para manutenção da vida profissional, trouxe um certo ‘relaxamento’ sobre as coisas da vida familiar.

A preocupação com o processo de erotização da infância deve resultar em ações voltadas antes para os resultados mais graves deste processo: a gravidez precoce e a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis. Um dos maiores problemas que temos visto é a antecipação do interesse por uma sexualidade que a criança deveria ter lá na frente. Por isso, estatísticas mostram meninas na faixa etária entre 10 e 14 anos que já são sexualmente ativas ou já são mães.

A criança não é um adulto. Adotando precocemente seus comportamentos, ela os naturaliza, sem ter passado ainda pelas naturais e velhas conhecidas etapas de amadurecimento e incorporação de valores. Desconsiderar as fases do desenvolvimento humano abre a possibilidade de efeitos nocivos ao funcionamento cognitivo, físico e mental. Se ela chegar a ser vítima de violência sexual, qual o parâmetro ela vai ter pra identificar que foi vítima de abuso?

Fonte: O Dia Online – Por Maria Aparecida Xavier (psicóloga)